Para limitar temperatura global, estudo sugere adoção de dietas ricas em vegetais

Dietas mais ricas em vegetais, classificadas pela pesquisa como saudáveis em geral, é o único meio de reduzir o impacto da agropecuária (Forks Over Knives)

Um estudo publicado este mês na revista Science e coordenado por pesquisadores da Universidade da Califórnia defende que para limitar a temperatura global é preciso que haja uma mudança alimentar em direção às dietas ricas em vegetais.

O artigo centrado no impacto do sistema alimentar global no meio ambiente discute quais medidas devem ser adotadas para limitar a temperatura global.

Segundo o estudo, mesmo que parássemos de queimar combustíveis fósseis no mundo todo, ainda assim, não seria suficiente para alcançar esse objetivo.

Um dos autores, David Tilman, professor de ecologia da Universidade da Califórnia, aponta que a crescente demanda global por alimentos de origem animal – associados aos gases do efeito estufa – fará com que o mundo dificilmente consiga limitar a temperatura global a menos de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Mudança é considerada essencial

O estudo reforça que a alimentação que predomina hoje no mundo gera e libera quantidades maciças e crescentes de dióxido de carbono, metano e outros gases na atmosfera. Isso significa que a redução de emissões a partir da produção de alimentos é essencial para manter o planeta habitável no futuro, de acordo com os pesquisadores.

O artigo “Global food system emissions could preclude achieving the 1.5° and 2°C climate change targets” aponta que ainda hoje discussões sobre o sistema alimentar global são deixadas em segundo plano quando se trata de mudanças climáticas.

Também observa que quanto mais a população aumenta, mais o desmatamento cresce e mais insustentável se torna o atual sistema alimentar global – que incentiva criações cada vez maiores de animais para consumo, o que fortalece tanto a pecuária extensiva quanto intensiva.

É melhor consumir vegetais 

Além disso, esse sistema tem favorecido o uso excessivo de fertilizantes, que também é destacado pelo estudo como um problema que contribui com o aumento dos gases do efeito estufa a partir da adubação nitrogenada.

Entre as sugestões para limitar o aumento da temperatura global está a adoção de dietas mais ricas em vegetais, que são classificadas pelo estudo como saudáveis em geral e como único meio de reduzir o impacto ambiental da agropecuária.

O entendimento é de que com essa redução haverá uma queda na demanda por pastagens e produção de grãos e de gramíneas para alimentar animais criados com fins de abate.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. Pouco provável que a sugestão, ainda que válida, de pesquisadores preocupados com o Clima, seja suficiente para mudar o cardápio dos fanáticos consumidores de carne que até agora não se dispuseram a poupar a vida de animais que morrem apenas para eles almoçarem. Compaixão, amor e empatia são qualidades da alma, impossíveis do improviso. Quem não quer mudar não muda mesmo, à exemplo dos fumantes inveterados que mesmo advertidos pelo médico dos malefícios do tabaco, continuam se suicidando lentamente, saboreando cada tragada, indiferentes e solenes. Não vão abrir mão da carne animal aqueles que a consideram imprescindível à mesa, ou já teriam optado pelo Veganismo, após a pandemia do “mal da vaca louca”, da gripe do frango” e da “febre suína africana. Infelizmente pouco ou quase nenhum efeito produziram as recomendações de restrição ao consumo destes animais, porque as pessoas preferem arriscar a saúde e a vida a darem o seu braço a torcer, ao invés do pescoço da galinha, coitada. Só Jesus na causa.

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