EUA: Morte de 1,4 mil cavalos expõe crueldade nas pistas de corrida

Imagem de campanha da PETA contra as corridas de cavalos nos EUA

De 2010 para cá, mais de 1,4 mil cavalos tiveram suas mortes associadas às corridas no estado da Pensilvânia, nos EUA.

Pelo menos 704, ou seja, a metade, corriam em Parx Racing, uma famosa pista de corridas em Bensalem administrada pelo maior cassino da Pensilvânia, segundo informações do Philadelphia Inquirer.

Muitos foram abatidos em consequência de lesões e outros ferimentos que já os tornavam inviáveis como corredores. “Outros caíram mortos em suas baias”, informa a publicação.

O Philadelphia Inquirer relata que a dopagem bioquímica (doping) é uma das principais causas de morte de cavalos utilizados em corridas na Pensilvânia e em outros lugares, onde há uma crença predominante de que é um “recurso para manter os animais altamente competitivos”.

Uso excessivo de drogas

Uma estimativa citada na publicação revela que no estado da Pensilvânia 98% dos cavalos de corrida são submetidos ao uso de drogas visando reduzir dores e ampliar desempenho.

Mesmo com a quarentena em 2020, e uma queda de um terço nas realizações de corridas, 39 equinos que corriam em Parx Racing morreram.

No entanto, para quem explora animais com essa finalidade, “as mortes nada mais são do que custos de um negócio”, disse a médica veterinária especializada em cavalos, Kathryn Papp, ao Inquirer.

“Eles ainda veem os cavalos como produtos da pecuária, como commodities. Mas esses são animais inteligentes.”

Dinheiro do contribuinte e sofrimento animal

Segundo a organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), isso chama atenção para a carnificina nas pistas e a forma como as drogas e milhões de dólares em subsídios estaduais estão sustentando um “banho de sangue”.

“Nos primeiros três meses de 2021, já ocorreram quatro mortes nas pistas da Pensilvânia e, no ano passado, ocorreram pelo menos 74. Como a PETA tem revelado repetidamente, drogas são administradas de forma imprudente para manter cavalos feridos correndo quando deveriam estar descansando – e isso leva a ossos quebrados e morte.”

A entidade reforça que isso tem contribuído para uma guerra farmacêutica. “Vimos em primeira mão a miséria dos ‘puro-sangue’ na Pensilvânia. Em 2017, trabalhamos para resgatar e realocar um cavalo chamado Charlie’s Quest, que estava sendo forçado a correr no estado apesar de sofrer com lascas de ossos, artrite, dor e claudicação severa nas quatro patas.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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