Grandes empresas que compram e vendem carne, como Walmart, Carrefour e McDonald’s, não garantem que não estão financiando desmatamento ilegal. Pelo menos isso é o que mostra um recente relatório divulgado pela organização Mighty Earth intitulado “Beef Deforestation Scorecard”.
Embora a entidade afirme que Carrefour e McDonald’s possam estar evoluindo em alguns aspectos na transparência em relação à compra e venda de alimentos, as duas redes, assim como o Walmart, deixam a desejar em relação ao monitoramento geral da carne que comercializam.
Segundo a Mighty Earth, Carrefour e McDonald’s não apresentaram um monitoramento eficaz dos fornecedores indiretos de carne bovina, mas menos satisfatório ainda é o desempenho do Walmart.
“Infelizmente, a maioria das empresas não forneceu informações significativas para avaliar o impacto de suas cadeias de abastecimento. McDonald’s, Walmart, RBI e Costco reconhecem a importância desse progresso, mas ainda não fizeram isso de uma forma que inclua relatórios abrangentes no desempenho ou rastreabilidade dos fornecedores”, consta no relatório.
Supermercados não garantem que carne é livre de desmatamento
“Os compromissos assumidos pelas três empresas não cobrem um escopo adequado de suas operações comerciais para fornecer uma solução abrangente para os problemas que se comprometeram a resolver. Por exemplo, a política do Carrefour se aplica apenas ao abastecimento direto de carne bovina fresca – de marca própria – em suas localidades em todo o Brasil, enquanto a política do Walmart se limita a produtos de carne bovina in natura com marca própria da empresa.”
Carrefour e McDonald’s se colocam como defensores das políticas nacionais de proteção florestal e participantes ativos da transformação na indústria. No entanto, isso não anula o fato de que, no geral, o “Beef Deforestation Scorecard” revela uma falha de todo o setor em lidar com a questão do desmatamento ilegal associado à produção de carne.
“As empresas que receberam mais pontos – Tesco, Marks & Spencer, Carrefour, McDonald’s e Walmart – ainda cumpriram apenas cerca de metade dos critérios para alavancar de forma abrangente uma mudança na cadeia de abastecimento.”