Grupos da USP e Universidade de Lisboa realizam colóquio sobre perspectivas indígenas e descolonização dos animais

Imagem: DepositPhotos

Na sexta-feira (3), das 10h às 12h30, os grupos Praxis, da Universidade de Lisboa, e Diversitas, da Universidade de São Paulo (USP) realizam o Colóquio Devir Animal, perspectivas indígenas e a descolonização dos animais.

O evento que faz parte do segundo ciclo de estudos do grupo de leitura Filosofia Animal será on-line, por meio do canal do Diversitas no YouTube e terá intervenções de Márcia Kambeba, Regina Schöpke, Nádia Farage e Cleber Daniel Lambert da Silva.

O colóquio inspira-se nas perguntas orientadoras que atravessaram o ciclo “devires-animais?”: Por que olhar os animais e considerá-los a partir de suas próprias existências? Como pensar o conceito de devir-animal e sua reformulação dada pela interpretação etnoantropológica do pensamento indígena? Como extrair consequências transformativas nas nossas relações com os animais norteados por uma descolonização radical?

Programa

Márcia Kambeba – Povos indígenas e a relação de pertencimento com a natureza

Regina Schöpke – Da máquina sem alma à alma da natureza: animismo e panteísmo como resistência política

Nádia Farage – Notas por um antiespecismo radical

Cleber Daniel Lambert da Silva – Da diferença cosmológica à diferença animal

Márcia Kambeba – Doutoranda em estudos linguísticos pela Universidade Federal do Pará (UFPA); Mestra em Geografia pela Universidade Federal do Amazona (UFAM). Poeta, escritora, fotógrafa, une todas essas artes ao canto em seu trabalho lítero-musical por meio do qual abre espaços de diálogo e reflexão crítica a respeito dos povos e culturas indígenas e na luta pela descolonização. Trabalha com educação dos sujeitos indígenas e não indígenas. Integra a Academia Formiguense de Letras – Formigas (MG) – e, dentre outros, escreveu os livros: “O lugar do saber ancestral” (UK´A Editorial, 2021), “Kumiça Jenó – narrativas poéticas dos seres da floresta” (Underline Publishing, 2021). Ativista, sua escrita poética banha-se na luta pelos territórios e pelos viventes, nos encantamentos dos seres e da floresta Amazônica, nos sonhos e na ancestralidade pulsante indígena, especialmente nos saberes de seu povo, os Omágua-Kambeba.

Regina Schöpke – Filósofa, historiadora e professora adjunta do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da UERJ. Publicou recentemente os livros “A alegria, a verdadeira resistência” e “As origens da opressão: a escravidão humana e animal” pela editora Confraria do Vento, além dos títulos: “Por uma filosofia da diferença: Gilles Deleuze, o pensador nômade” (Contraponto — livro finalista do Prêmio Jabuti na categoria Ciências Sociais), “Matéria em movimento — A ilusão do tempo e o eterno retorno” (Martins Fontes) e “Dicionário filosófico” (Martins Fontes). É tradutora de diversas obras de filosofia e ciências humanas e durante anos atuou como resenhista de livros em jornais e revistas de grande circulação do país. Fundou o primeiro grupo de estudos voltado ao direito dos animais na Filosofia da UERJ: Núcleo de Estudos de Direitos Animais (NEDA). Ocasionalmente participa como colunista da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA). É vegana e defensora do abolicionismo como o primeiro passo na luta contra a tirania humana.

Nádia Farage – Professora associada do Museu Paraense Emílio Goeldi (Pará) e professora associada do Centro de Pesquisa em História Social da Cultura da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atua nas áreas de movimento antivivissecção no Brasil, direitos dos animais, relações multiespecíficas. Participa de eventos, escreve artigos e apresenta trabalhos relacionados a diversos temas, por exemplo: a vivissecção em obras literárias de Machado de Assis; políticas e histórias indígenas e do indigenismo, especialmente entre os Wapishana; consciência animal e suas implicações éticas e práticas; domesticidade e produção industrial de animais. Recentemente, apresentou os seguintes trabalhos: “A causa comum: animais domésticos e trabalhadores em Lima Barreto” (2018) e “Many are the pities of history: animals, plants and other forms of life in the historiography of the Global South” (2021).

Cleber Daniel Lambert da Silva – Professor de filosofia na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – em São Francisco do Conde (BA). É membro do GT — Deleuze & Guattari da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) e tem experiência em filosofia francesa contemporânea. Coordena o Projeto de Pesquisa “Geofilosofia e cosmo-práxis comparadas: a questão da humanidade/animalidade no multinaturalismo ameríndio e na filosofia bantu”. Participou de eventos envolvendo pensamento africano, estudos decoloniais, multiverso e epistemologias do Sul. Pesquisa temas relacionados à subjetividade na filosofia moderna e contemporânea; geofilosofia, cosmopolíticas e colonialidade. E leciona disciplinas nas áreas de cultura e meio ambiente, filosofia africana, filosofia africana pós-colonial entre outras.

O evento será online e transmitido pelo canal do Diversitas no YouTube.

Para obter certificado de participação, é necessário inscrever-se pelo link: https://bit.ly/coloquiodeviranimal

 

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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