Esta semana foi fundado na Holanda o movimento No Shit Food, que se opõe ao uso de fertilizantes de origem animal na produção de alimentos.
Promovendo uma agricultura mais sustentável, a iniciativa visa motivar mais produtores a utilizarem fertilizantes de origem vegetal e a não usarem animais em nenhuma etapa do processo produtivo.
O No Shit Food, que oferece orientação para quem quer abandonar o sistema convencional de produção, é liderado pelo agricultor vegano Joost van Strien, que cultiva vegetais em sua fazenda na ilha de Flevopolder.
“No momento, o passo mais importante é mostrar ao maior número possível de pessoas o potencial do cultivo vegano de vegetais”, diz Strien. Ele acrescenta que o objetivo é tornar esse cultivo supercomum, um novo padrão de alta adesão dentro da agricultura sustentável.
“Fazendo bom uso da rotação de culturas e do adubo verde – de origem vegetal, sem esterco – podemos obter colheitas tão abundantes quanto com a agricultura orgânica regular. A nossa agricultura traz muitos benefícios extras”, garante.
Benefícios da mudança
Segundo Joost van Strien, se a maneira vegana de produção ganhar força, o sistema alimentar pode romper com a frágil dependência de fertilizantes artificiais e da criação de gado.
“O que significa dizer adeus ao excesso de fertilizantes, à emissão de gases de efeito estufa e à pressão sobre o uso da terra e da água. Podemos abandonar muitas coisas desagradáveis que representam uma séria ameaça ao nosso suprimento de alimentos a longo prazo.”
O fundador do movimento No Shit Food avalia que sem a extensiva ocupação pecuária, um pedaço de terra do tamanho do Brasil e da América do Norte combinados seria liberado.
“Poderíamos alimentar a crescente população mundial por gerações futuras e devolver grandes áreas à natureza”, frisa. Se realmente queremos apostar na sustentabilidade, a cultura No Shit é o futuro.”
Atualmente a fazenda de Strien, a Zonnegoed, é a única na Holanda com certificação BioCyclicVegan, que é uma marca internacional que atesta que uma propriedade é dedicada ao cultivo orgânico vegano. “Achamos que é muito solitário estar no topo”, comenta o holandês, que espera motivar mais agricultores a juntarem-se a ele.
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