Holanda pode reduzir quase um terço da criação de gado

A situação é considerada crítica porque a Holanda, embora seja um país pequeno, tem uma das maiores indústrias pecuárias da Europa (Foto: Jo-Anne McArthur/We Animals)

Está em discussão na Holanda um plano de redução de impacto ambiental que inclui a diminuição de quase um terço da criação de gado no país.

O objetivo é reduzir principalmente a poluição gerada pelas emissões de amônia a partir da pecuária, conforme informações divulgadas pela Agência Holandesa de Avaliação Ambiental (PBL).

A amônia proveniente dos resíduos animais pode danificar habitats, favorecer a acidificação dos ecossistemas e a eutrofização, assim afetando muitas espécies, além de ter impacto na saúde humana, segundo a PBL.

Para garantir a redução, consta no plano que o governo holandês pode até mesmo comprar terras hoje utilizadas para a criação de gado.

A situação é considerada crítica porque a Holanda tem uma das maiores indústrias pecuárias da Europa, com mais de 100 milhões de bovinos, frangos e suínos. Também é a maior exportadora de carne da União Europeia.

“Somos um país relativamente pequeno com muitos habitantes, indústria, transporte e agricultura, então estamos atingindo os limites do que a natureza pode suportar”, declarou o porta-voz do Ministério da Agricultura, Rudi Buis.

Há grande urgência 

“Há grande urgência em enfrentarmos o problema dos compostos de nitrogênio. Isso significa que, em um futuro próximo, decisões devem ser tomadas.”

A ministra interina Carola Schouten disse que a intenção não é “acabar com os fazendeiros”, mas que a situação não pode continuar como está. “Há determinados locais em que isso não pode continuar e, por isso, devemos estabelecer as regras que são necessárias.”

O porta-voz da organização Friends of the Earth Netherlands, Bram van Liere, classificou o plano como “um passo na direção certa”.

“A crise do nitrogênio é muito severa na Holanda, mas também há uma deposição muito alta de nitrogênio na Alemanha e na Bélgica, por exemplo. Acho que suas enormes fazendas industriais também terão que ser compradas para cumprir a Diretiva de Habitats [da UE] e para proteger a natureza”, acrescentou.

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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