Agricultor desiste de matar porco e o adota

O agricultor Júlio Aureliano comprou um porco com a intenção de abatê-lo num final de semana, quando receberia familiares para o almoço de domingo.

Acostumado a abater os animais que consumia em “datas especiais”, negociou a compra de um suíno na segunda-feira e o levou para casa, uma chácara a 25 quilômetros de Curitiba (PR).

“Nunca tive problema em abater animais. Acho que porque era o que meu pai fazia e o pai dele também. Então você cresce acreditando que isso é natural e que não há nada de errado em continuar nesse caminho.”

Na segunda à tarde, após prender o porco em um pequeno curral improvisado, o encontrou esfregando a cabeça em uma porção de terra arenosa mantida em um canto.

O bicho sentia muito calor – concluiu. Buscou água e esparramou pelo chão. O porco rolava de um lado para o outro e o observava. “Parecia que agradecia”, diz.

Aprendendo com os animais

Mais tarde, Aureliano retornou e testemunhou o porco, já alimentado, escondendo um pouco de milho com o focinho. Nunca tinha visto nada parecido. Ou talvez tivesse visto, mas ignorado por desatenção.

Estranhando a atitude do animal, fingiu ter deixado o curral e escondeu-se a poucos metros esperando reação para entender porque estava escondendo comida. Minutos depois, uma pombinha entrou no local pela abertura no telhado e começou a comer o milho guardado pelo porco.

Parecia ser a mesma pombinha faminta que Júlio Aureliano expulsou inúmeras vezes do curral para não “fuçar no milho”.

“Dormi pensando naquilo, que o porco que a gente iria comer se importava com outra criatura, de outra espécie, enquanto eu já tinha planejado tudo para matar o coitado no sábado. E ainda negava milho pra pombinha.”

A história se repetiu

No dia seguinte, a história se repetiu. O porco separou milho para alimentá-la. Cerca de uma hora depois, Aureliano o tirou do curral e permitiu que brincasse na grama do quintal. “Se coçava e rolava, parecia cachorro.”

No almoço de domingo, apesar da insatisfação e incompreensão de alguns familiares que o visitavam, a carne do porco, bem, continuou viva no corpo do porco.

Vidão já faleceu, mas viveu por cerca de mais dez anos, segundo Júlio Aureliano que garante ter perdido a vontade de comer carne a partir dessa experiência. “Até os vizinhos traziam comida pra ele. Todo mundo gostava do Vidão.”

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

31 respostas

  1. Realmente, a unica diferenca entre o pet que tanto amamos e os animais que comemos, é a nossa propria percepcao… E tadinhos, eles nascem e morrem sofrendo para virarem uma “comida”, para satisfazer um paladar que nem sequer necessitamos. Somos seres cruéis. Um dia vamos olhar para traz e enxergar isso da mesma forma como hoje olhamos para o imperialismo, escravidao, e nazismo… Ser vegano nao é ser extremo. Extremo é dizer que ama os animais, se dizer contra a crueldade animal, e diretamente financiar o sofrimento e morte dos bichinhos, sem que haja a necessidade para isso ?

    1. Muito obrigada pelo seu comentário pois você conseguiu explicar exactamente aquilo que qualquer pessoa altruísta e evoluída, sensível e racional sente e pensa sobre o flagelo do consumo de animais algo que era e é perfeitamente evitável.
      O ser humano é a espécie mais perigosa e “desumana” ao cimo da terra!
      Há muitos anos que ninguém dizia algo tão sensato e concreto, por isso, assino por baixo de tudo o que disse. Bem haja!
      Foi uma bofetada sem mão à sociedade e aos seus interesses e preconceitos!

  2. Só restou saber se ele adotou o vidão como animal de estimação pq se sensibilizou com o que viu, mas depois fechou os olhos para os próximos animais que serviriam de refeição, ou se mudou definitivamente a mentalidade sobre o papel dos animais no mundo.

  3. É uma vida…tem empatia, inteligência, é sociável e amigo.Não pode virar uma relés refeição e terminar numa privada .Temos que ter compaixão e respeito.Deus nos deu esse mundão ,um paraíso de comida para nos alimentar…Os animais querem viver…eles tem família e amam!!! VIVA e DEIXE VIVER…

  4. Gostei muito da história.

    Aqui a gente ama os animais, mas na hora de matar, mata com carinho. E come com respeito. Os bicho não reclama…

  5. Excelente matéria! Mais um expandindo a consciência! Nossos irmãos anjos animais estão aqui nos ensinando sobre AMOR, LEALDADE, RESPEITO. VIVA OS NOSSOS IRMÃOS.ANIMAIS! ??❤

  6. HIstória linda!!! Todos os animais são iguais, cheios fe sentimentos, inteligentes, sentem fome, dor, calor, frio, tristeza e alegria. Animais não são comida. Comer carne é um ato cruel e desnecessário.

  7. A historia é linda, e devia servir pra acordar pessoas q ainda tem essa cultura de q precisam da carne pra sobreviver. Só achei infeliz um comentario acima da pessoa dizer q “ama animais” mas mata com carinho e come com respeito… só pode estar de deboche… a vida desse porquinho e de tantos vale mais do q a dela.

  8. Que linda história. Um porco tÊm a inteligÊncia acima de um cão ou gato, comparada com a de uma criança de 3 anos. Amos todos os animais e sou vegetariana, assim como toda a minha família. Essas histórias me traz esperança de que estamos evoluindo e que um dia todos terão essa consciência.

  9. A história do porquinho Babe salva pela encantadora aranha Charlote dos contos infantis, se tornou realidade …. nosso leitãozinho também foi salvo por uma pombinha ^^

  10. Me apareceu uma porqunha do nada eu a prendí estamos engordando a pro natal más to c do dela ELA come de todo kkk Acho lindo pessoal manda lavagem eu comprei saco de racao pra ELA más se eu soltar ELA vai embota !! Sinceramente nao Sei siento que vou ficar triste no natal .

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