Homem que cuidou por 41 anos de chimpanzés abandonados em laboratório é homenageado

“Joseph Thomas e outros trabalhadores locais ficaram para trás e arriscaram suas próprias vidas para cuidar dos chimpanzés” (Fotos: Second Chance Chimpanzee Refuge Liberia/HSI)

Falecido em janeiro deste ano, Joseph Thomas cuidou por 41 anos de mais de 60 chimpanzés abandonados em um laboratório de pesquisas biomédicas invasivas na Libéria. Os animais foram deixados para trás após o início da guerra civil que devastou o país. Depois tiveram de enfrentar um surto de ebola.

“Joseph Thomas e outros trabalhadores locais ficaram para trás e arriscaram suas próprias vidas para cuidar dos chimpanzés”, informa a organização Humane Society International (HSI), que esta semana homenageou Thomas com o lançamento do vídeo “.He saved these chimpanzees’ lives”

“Esses chimpanzés não podem se defender sozinhos porque originalmente foram retirados da natureza quando bebês ou criados em cativeiro, e as ilhas não têm suficiência em fontes naturais de alimentos”, explica o médico veterinário Richard Ssuna, do santuário Second Chance Chimpanzee Refuge Liberia.

“Se Joseph e sua equipe não tivessem ficado para trás durante a guerra civil para alimentá-los com todas as frutas e vegetais que pudessem comprar nos mercados locais, esses animais teriam morrido de fome.”

Ssuna diz que Joseph Thomas tinha um vínculo notável com os chimpanzés, conhecia cada um deles pelo nome e pela personalidade. “Eles confiaram muito nele e, durante todos os anos de conflito e turbulência que enfrentaram, Joseph foi a única constante. Sua passagem deixou um enorme buraco em nossos corações e em nossa equipe, mas estamos determinados a deixar Joseph orgulhoso e continuar seu incrível legado.”

“Nos comprometemos em ajudar esses animais”

No início dos anos 2000, Joseph Thomas conseguiu ajuda para realocar os chimpanzés em seis ilhas estuarinas nos rios Farmington e Little Bassa, na região centro-oeste da Libéria. Em 2015, ele pediu ajuda internacional enquanto tentava reunir recursos para continuar alimentando os chimpanzés.

O apelo atraiu a atenção da HSI, que forneceu financiamento emergencial para salvá-los. “Desde então, nos comprometemos em ajudar a cuidar desses animais”, informa a entidade que apoia o santuário Second Chance Chimpanzee Refuge Liberia.

“O Second Chance proporciona uma vida quase silvestre em florestas de mangue onde os chimpanzés podem vagar livremente, viver em grupos sociais e até mesmo fazer ninhos nas copas das árvores à noite. Alguns chimpanzés como Samantha, Jiminy Cricket e Brutus têm mais de 40 anos, então eles já passaram por muita coisa”, explica Amanda Gray, gerente do programa da HSI para o santuário Second Chance.

“Estamos empenhados em fornecer-lhes cuidados ao longo de suas vidas, o que pode durar mais 60 anos.” A partir do legado de Joseph Thomas, a HSI começou a oferecer programas de educação em 25 comunidades e 12 escolas na Libéria com o objetivo de inspirar gentileza e respeito pelos animais e pelo meio ambiente.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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