Leite do futuro virá de fungos que se alimentam de grama

Cientistas da Those Vegan Cowboys descobriram que esse tipo de fungo pode ter o maior potencial de desenvolvimento de caseína (Foto: Divulgação)

Fundada por Jaap Korteweg e Niko Kofferman, a startup holandesa Those Vegan Cowboys está obstinada em desenvolver um leite altamente proteico a partir de um fungo que se alimenta de grama.

A justificativa é que os cientistas da empresa descobriram que esse tipo de fungo pode ter o maior potencial de desenvolvimento de um análogo à caseína (proteína do leite) a partir de fermentação microbiológica.

No entanto, eles ainda não conseguiram identificar qual é a cepa de fungos mais adequada para a produção. Por isso, estão oferecendo uma recompensa equivalente a R$ 16,3 milhões para quem conseguir identificá-la e ajudá-los nesse processo.

“Pode vir da Rússia, China, de um humilde laboratório em Illinois, ou até mesmo de um solo muito mais próximo de casa”, destaca a Those Vegan Cowboys.

Mercado promissor para fermentação microbiológica

A partir de uma nova fermentação microbiológica, Korteweg e Kofferman esperam levar ao mercado, e em um prazo de sete anos, produtos idênticos aos produzidos a partir do leite de vaca, assim conquistando o paladar de quem não se vê deixando de consumir laticínios tradicionais.

Com isso, eles trilharão o mesmo caminho de startups como a Perfet Day Foods, dos EUA, que arrecadou o equivalente a R$ 1,6 bilhão em 2020 para desenvolver alternativas aos laticínios tradicionais a partir de novos processos de fermentação.

Hoje esse é considerado um dos mercados mais promissores quando se fala em proteínas alternativas. Não é à toa que em 2020 houve aumento de 91% do número de empresas atuando nesse segmento em comparação com 2018 – o total subiu de 23 para 44, segundo dados do Good Food Institute.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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