Um estudo realizado e divulgado na semana passada pela Universidade de Oxford associa o consumo de carne processada e não processada a um maior risco de desenvolvimento de doenças cardíacas.
Pesquisadores do Departamento de Saúde Populacional de Nuffield, da Universidade de Oxford, conduziram a maior revisão sistemática de evidências envolvendo doenças cardíacas, incluindo treze estudos de coorte com mais de 1,4 milhão de pessoas.
Eles concluíram que a ingestão diária superior a 50 gramas de carne não processada – de boi, cordeiro e porco – aumenta o risco de doença coronariana em 9%. Já a ingestão da mesma quantidade de carne processada – como bacon, presunto, salsicha e linguiça – amplia o mesmo risco em 18%.
A pesquisa baseou-se em avaliações dietéticas detalhadas e monitoramento da saúde dos participantes por um período de até 30 anos.
“Isso pode ser devido ao alto teor de gordura saturada na carne vermelha e de sódio (sal) na carne processada. A alta ingestão de gordura saturada aumenta os níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o que é prejudicial, enquanto o consumo excessivo de sal aumenta a pressão arterial. Tanto o colesterol LDL quanto a pressão alta são fatores de risco bem estabelecidos para doenças coronárias”, enfatiza o estudo publicado no último dia 21 no periódico Critical Reviews in Food Science and Nutrition.
Trabalhos anteriores da mesma equipe de pesquisa também indicaram que mesmo a ingestão moderada de carne vermelha e processada está associada a um maior risco de câncer no intestino.
O que dizem os autores do estudo
“Carne vermelha e processada têm sido consistentemente associadas ao câncer de intestino e nossas descobertas sugerem um papel adicional nas doenças cardíacas. Portanto, as recomendações atuais para limitar o consumo de carne vermelha e processada também podem ajudar na prevenção de doenças cardíacas coronárias”, avalia o Dr. Keren Papier, do departamento de Saúde Populacional de Nuffield e coautor do estudo.
“Sabemos que a produção de carne é um grande contribuinte para as emissões de gases de efeito estufa e precisamos reduzir a produção de carne e, portanto, o consumo para beneficiar o meio ambiente. [Agora] nosso estudo mostra que uma redução na ingestão de carne vermelha e processada traria benefícios pessoais à saúde também”, assinala a Dra. Anika Knüppel, também do Departamento de Saúde Populacional de Nuffield e coautora do estudo.
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