Ministério recomenda abate de animais ferais em UCs

No caso dos gatos, uma das recomendações é de que “indivíduos errantes, sem proprietário conhecido”, ou ferais, sejam capturados com o uso de armadilhas do tipo tomahawk e iscas não vivas e envenenadas (Acervo: Unsplash)

No mês passado, o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), concluiu um guia de orientação para manejo de espécies exóticas em que recomenda o abate de cães, gatos e búfalos ferais em unidades de conservação, assim como outras espécies consideradas invasoras.

No caso dos gatos, uma das recomendações é de que “indivíduos errantes, sem proprietário conhecido”, ou ferais, sejam capturados com o uso de armadilhas do tipo tomahawk e iscas não vivas e envenenadas. “Somente podem ser empregadas em situações controladas para não afetar espécies não-alvo”, informa o guia. Se os gatos capturados forem domésticos, recomenda-se a castração e devolução do animal aos tutores.

Em relação aos cães encontrados nas unidades de conservação, “caso a adoção não seja possível ou não sejam encontrados locais para recebimento dos animais”, o Ministério do Meio Ambiente defende a eutanásia, ainda que sejam animais domésticos.

“Para estas situações, é importante firmar parcerias com médicos veterinários para a realização de eutanásia dos indivíduos que não podem ser devolvidos ao dono ou destinados para locais específicos de recebimento”, enfatiza. Além disso, os ferais podem ser submetidos a envenenamento, assim como os gatos.

O guia também diz que o abate a tiros de búfalos “asselvajados”, ou seja, que não possuem “proprietários”, deve ser considerado, seja por via terrestre ou com uso de helicópteros.

“Quando o número de indivíduos for muito reduzido e disperso, a busca ativa por terra, com atiradores e guias experientes, será necessária. Devem ser tomados os cuidados necessários para a proteção das pessoas, pois os animais são agressivos”, salienta.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a justificativa para o abate desses animais é que eles são uma ameaça às espécies nativas – um risco à biodiversidade. No entanto, o abate de animais como alternativa recomendada pode abrir um precedente para que outras possibilidades que demandam mais atenção e paciência não sejam consideradas – como a castração, captura não violenta e realocação.

Ontem (3), o deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), enviou um requerimento ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pedindo mais informações e criticando a medida. Segundo o deputado, o guia permite que cães, gatos e búfalos que vivem em estado selvagem sejam abatidos indiscriminadamente sob a justificativa de “necessidade de ação rápida”, que prescinde de autorização.

Neto questiona quais são os procedimentos adotados que garantem que todas as alternativas serão utilizadas antes dos animais serem submetidos à execução sumária e eutanásia.

“Quais são as atividades de fomento à criação ou manutenção de abrigos de proteção animal que estão sendo adotadas pelo MMA de forma a minimizar a necessidade de execução de animais invasores em Unidades de Conservação e arredores?”, indaga o deputado.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

16 respostas

  1. O que destrói a biodiversidade são as queimadas promovidas pelo ruralistas, madeireiros e garimpeiros apradinhados por esse governo nazifacista que se apossou do governo. Essa corja direitista e bolsonarista tem de ser banida de Brasília.

    1. Concordo, mas invasores exóticos tbm. Aqui em Porto Alegre no morro do osso os caes acabaram com os ouriços, porém matar não é a solução.

  2. Vcs que são uns dos q são ate a bunda para os estrangeiros e permitem q roubem tudo q temos de riquezas inclusive fauna e flora mas se fazem de cegos pq é conveniente a vcs cambada de vagabundos e oportunistas. Vcs sim teriam q ser banidos nao de Brasília mas do planeta.

  3. Estou assustada com o se fala em matar, quem assim que com um animal indefeso e não culpado pelo desequilíbrio da cadeia alimentar, mata também os seres humanos contrários à sua vontade.
    Espero que o povo acorde e tome atitudes em defesa da vida .

  4. Fiscalização e gestão das Unidades estão em sucateamento acelerado e o desmatamento cresce em todo o País – não apenas na Amazônia – porque degradadores assanhados contam com a conivência do poder público, que nem merece mais iniciais maiúsculas.
    Agora, se é para matar, ou DEIXAR matar, o marginal Ricardo Salles se anima. Estamos nas mãos de uma quadrilha.

  5. Isso é inaceitável.
    Quanta covardia nesse mundo onde os seres humano São os maiores responsáveis por tudo de ruim que acontece no mundo. Porque não tiram os animais de rua e leva pra um abrigo e dá todos os cuidados que eles precisam? Querem matar esses seres inocentes que são vítimas da sociedade! Vou orar e pedir a Deus que isso não venha átona. Ar muita crueldade.

  6. Uma falta de humanidade total…como podem aprovar uma coisa dessas, não existe mais amor no coração e nem Deus…sem palavras… muito triste…

  7. Muita paixão e pouca razão. Esses animais invasores provocam a morte de outros nativos. Eles provocam um desequilíbrio na natureza. Portanto devem sim ser eliminados. As pessoas que as defendem deveriam adotar humanos abandonados.
    Gustavo – Brasilia

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