Mulher é condenada à prisão por tentar libertar galinhas de granja no Reino Unido

Melanie Arnold alegou que os animais eram mantidos em péssimas condições (Foto: Animal Aid)

Uma mulher de 52 anos foi condenada a 18 semanas de prisão no Reino Unido e a pagar uma multa de 100 libras esterlinas e custos processuais de 800 libras por tentar libertar 54 galinhas de uma granja de ovos.

Os animais eram mantidos em confinamento em uma das propriedades industriais da Fridays Ltd em Cranbrook, no condado de Kent. A empresa já foi acusada de crueldade contra animais pela organização Animal Aid. 

Melanie Arnold alegou que os animais eram mantidos em péssimas condições. Por isso, ela e mais sete pessoas invadiram a propriedade na noite de 2 de setembro de 2019, levando alicates, escadas e sacos. O objetivo era resgatá-los e encaminhá-los para um local onde poderiam viver longe da exploração.

O caso foi repercutido por alguns jornais britânicos. No entanto, ao que parece, todos abordaram o episódio e a condenação esta semana como sendo apenas um “prejuízo comercial”, já que as 54 galinhas foram recapturadas e em seguida abatidas.

Consideração se resume ao prejuízo comercial 

A alegação foi de que o contato com pessoas que não são funcionárias leva ao sacrifício desses animais “sob risco de gerar algum tipo de contaminação” na granja. Por outro lado, ativistas dos direitos animais qualificam isso também como uma tática para desestimular esse tipo de ação e atribuir uma “responsabilidade de abate” aos ativistas, como se o destino desses animais já não fosse, em algum momento, o abate – já que às galinhas poedeiras não é permitido viver mais de dois anos no sistema industrial.

O juiz do caso, por exemplo, disse a Melanie Arnold que as “galinhas morreram como resultado do que ela fez”. “Elas tiveram de ser abatidas. Quaisquer que fossem suas motivações, eram contraproducentes. Sugere-se que a motivação para este crime foi o bem-estar dos animais e que de alguma forma reduz a gravidade do crime…mas tenho que sentenciá-la de acordo com o que determina a lei em relação a roubos em instalações comerciais”, declarou o juiz Ed Burge.

Já a promotora Leigh Hart disse que “lamentavelmente os animais tiveram de ser abatidos” e ressaltou que a empresa perdeu 200 libras esterlinas em ovos “por causa da contaminação em decorrência da invasão”.

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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