Nelson Barbudo propõe criação de animais para caça esportiva

Foto: Câmara

Um dos argumentos utilizados por parlamentares que defendem a caça esportiva no Brasil é que a prática contribuiria com o controle populacional das espécies.

Embora na realidade a caça esportiva seja uma forma de banalização da vida não humana, já que vincula a esporte, hobby e entretenimento uma prática baseada na matança de animais incapazes de defesa diante de uma arma, e ainda a classifica como “saudável”, o projeto de lei de maior visibilidade sobre o tema hoje – 5544/2020, de Nilson Stainsack (PP-SC) – também tem o objetivo de fortalecer a caça como um negócio.

Afinal, ele defende que a caça é uma atividade rentável e seus apoiadores também. O deputado Nelson Barbudo (PSL-MT), por exemplo, que é o relator da proposta na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, ainda vai além da questão do suposto “controle populacional”. Ele é autor de um substitutivo em que não apenas defende a caça esportiva como sugere a criação de animais para tal finalidade.

Essa informação pode ser confirmada no terceiro artigo do substitutivo. Ou seja, Barbudo não apenas apoia o PL da caça esportiva como quer torná-lo ainda mais prejudicial aos animais.

Além disso, ainda que o projeto de lei cite o javali como exemplo de alvo da caça esportiva, consta que a prática pode envolver “determinadas espécies de animais”, sem especificá-las, gerando possibilidades ainda mais preocupantes e insegurança jurídica em relação à preservação de animais silvestres.

Substitutivo, bem-estar animal e retirada de pauta 

O substitutivo também apoia o uso de cães na caça, e independente de raça, tanto para rastreamento quanto para agrupamento e agarre de animais – o que significa também colocá-los em risco e expondo-os a situações de maus-tratos e crueldade animal.

Ou seja, tudo que é apresentado vai na contramão do bem-estar animal – desde a transformação da morte de um animal em lazer até os métodos utilizados, abrangência e especificações.

Embora o PL 5544/2020 tenha sido retirado de pauta esta semana, isso não significa que não tentarão aprová-lo, até porque o projeto de lei só não foi votado ainda na Comissão de Meio Ambiente da Câmara por causa da repercussão negativa da proposta.

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. Inacreditável que habitantes de outro planeta tenham “aterrisado” na Terra por engano, a fim de contribuir às avessas com sua fauna e flora, na contra mão do perfil ecologicamente correto do mundo, para faze-lo regredir, tentando entravar sua evolução e seu progresso, diante do Universo estarrecido, atônito e perplexo.

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