Vivemos em um mundo onde tudo é possível, até mesmo o fim da crueldade contra os animais. O mundo é tão grande quanto a compaixão humana poderia ser.
Nascemos para crescer, evoluir e transpor barreiras. Isso significa também que temos condições de reconhecer os direitos daqueles que nos parecem reles apenas por não comunicarem-se como nós. Não podemos ignorar que obliteramos vidas que não geramos, e acreditamos que isso é parte natural da nossa existência.
Fechamos os olhos para o fato de que aquilo que corrói o outro também nos corrói, mas de maneira que não enxergamos com objetividade porque estamos preocupados demais com nossas individualidades e peculiaridades estritamente humanas.
Dizemos que respeitamos a vida e o outro, mas o outro são poucos; apenas aqueles com quem simpatizamos e julgamos merecedores de nossa consideração, sob uma perspectiva que é sempre mais homogênea do que diversa.
Um mundo livre da crueldade animal só vai ser possível quando a consciência da maioria apontar, quem sabe, até por força de tragédias inesperadas e pouco imaginadas ou já esperadas e imaginadas, mas ainda não pela maioria, que a salvação da humanidade depende também da forma como tratamos aqueles que são subjugados por serem inferiorizados.
Enquanto um animal vulnerável for explorado por não ter voz análoga à nossa será difícil sairmos do abismo moral que criamos para defender o que chamamos por conveniência de “direito e necessidade”, mesmo que o tempo há muito tenha mostrado que o que fazemos é somente tentar perpetuar aquilo que relativiza nosso valor existencial – nosso desejo de provocar o fim ansiando pelo festim.
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