A organização Mighty Earth está reforçando a associação entre os incêndios na Amazônia com a indústria da carne. Segundo pesquisa divulgada em setembro deste ano, JBS e Marfrig, que respondem por mais de 50% das exportações da carne bovina brasileira, estão conectadas à devastação que atinge a floresta amazônica. A explicação é que parte do gado dessas empresas vem dessa região afetada pelo desmatamento seguido de queimadas que cada vez mais se tornam grandes incêndios.
“Seus produtos são vendidos no mundo todo – até mesmo por varejistas que afirmam ser contra o desmatamento nas cadeias de abastecimento de carne bovina”, informa a organização que cita também a Minerva Foods como outra empresa que tem favorecido as grandes queimadas.
“Os incêndios têm estado diretamente ligados às cadeias de abastecimento das empresas comerciais de carne e soja e são comumente usados como método de conversão do uso da terra”, explica a Mighty Earth, em referência às queimadas que “limpam” as áreas que receberão sementes para formação de pastagens ou cultivo de soja para alimentar animais criados para consumo.
“Entre julho e agosto, o número de incêndios florestais subiu mais do que o dobro do total registrado nos meses anteriores de 2020. Os incêndios foram altamente concentrados em três ‘pontos críticos’ distintos, em áreas de expansão da agropecuária.”
Promessas não são cumpridas
A organização lembra que em 2019 publicou o relatório “The companies behind the burning of the Amazon”, identificando as maiores empresas responsáveis pelos incêndios que continuam consumindo a floresta amazônica. E o pior é que estão aumentando, não diminuindo. Basta considerarmos os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de setembro, que apontam crescimento de 60%.
“Supermercados globais e marcas de fast-food prometeram erradicar o desmatamento de suas cadeias de abastecimento de carne bovina e soja, mas só tomaram medidas em nível superficial e continuam a comprar desses produtores.”
Conforme a Mighty Earth, grandes produtores de soja (Cargill, ADM e Bunge) e grandes empresas de processamento de carne bovina (JBS, Marfrig e Minerva) pouco fizeram para conter a devastação. “Mesmo com as promessas feitas por marcas globais, em 2020 o Brasil viu 10 mil incêndios a mais [na Amazônia] em comparação ao ano anterior.”
Incêndios estão favorecendo mais problemas
A organização também lembra que a degradação da floresta amazônica favorece a disseminação de doenças zoonóticas. Afinal, é o lar de mais de três milhões de espécies da fauna e flora, além de 60% da população indígena brasileira.
“Os incêndios na Amazônia estão destruindo o reservatório de carbono mais valioso do nosso Alimentam as mudanças climáticas, causam doenças respiratórias, destroem habitats da vida selvagem e deslocam povos indígenas de suas terras. Este ano, os incêndios agravaram os riscos da covid-19.”
Uma resposta
Muita coragem para se tocar nesse “calcanhar de Aquiles” da indústria da carne agregada aos incêndios florestais para pastagem do gado se bem que a gente já desconfiava que naturais não eram. Muita fumaça nessa questão, tudo muito nebuloso sempre que a dinheirama está em jogo e periclita o status quo dos magnatas do poder às custas da vida de inocentes. Em bocas fechadas não entra mosca mas de bocas amordaçadas às vezes saem pérolas de intimoratas denúncias, quando exaustas de silêncios, de crimes coautores. No entanto há que se limpar essa atmosfera poluída de atividades por debaixo dos panos, porque, não sendo assim, o Meio Ambiente não se regenera nem se restaura o fluido vital e bendito do sub solo, porque o que já foi pra cucuia, já era; animais que mal nasceram, já morreram e a flora que, nem bem chegou a Primavera, jaz consumida no horror de todos os infernos que o humano psicopata concebeu para fazer juz ao título de maior predador da Terra, desonrosamente adequado mas merecidamente justo.