Uma porca e seus dez leitões foram encontrados escondidos em uma floresta no condado de Nottinghamshire, na Inglaterra. Ela havia fugido de uma fazenda de criação de porcos e, acredita-se que iniciou a fuga pelo instinto de proteger os filhos e garantir que não fossem separados – o que é comum na pecuária quando os porcos têm de 18 a 21 dias de idade.
O episódio deu origem a um abaixo-assinado para motivar o proprietário da fazenda onde a porca Matilda vivia a libertá-la, assim como seus filhotes. Ontem (18), Lucy Booth, a autora da iniciativa, comemorou o fato de o fazendeiro ter concordado em permitir que os animais vivam no Santuário Surge.
“Ela demonstrou tanta bravura, determinação e grande amor por seus bebês. Seus instintos maternais entraram em ação e ela soube que precisava colocar a si mesma e seus bebês em segurança para protegê-los”, diz Lucy Booth, acrescentando que longe da exploração os porcos podem viver por até 20 anos.
No entanto, quando criados para consumo, são mortos com cerca de seis meses no Reino Unido. Já no Brasil, há muitos porcos sendo abatidos até mais cedo – com quatro ou cinco meses.
“Os porcos são extremamente inteligentes. Eles podem ser mais espertos do que alguns primatas, golfinhos, cães e até crianças humanas! Eles são seres altamente sociais e emocionais e podem captar as emoções de outros porcos em seu grupo e, naturalmente, desenvolvem relações sociais complexas, semelhantes a lobos ou grandes macacos”, comenta Lucy.
Segundo a autora do abaixo-assinado que teve mais de seis mil apoiadores, Matilda e seus filhotes agora têm um espaço grande e seguro, muita palha macia e confortável, além de frutas e outros vegetais à sua disposição. “Nada disso teria sido possível sem a compaixão humana.”
