Para mim, apenas ser vegano não é suficiente

Foto: MFA

Para mim, apenas ser vegano não é suficiente. Sinto necessidade em abordar aspectos da exploração animal porque é algo que considero importante. Se isso motivará alguém a uma mudança, não sei dizer e também não me preocupo em quantificar.

Também não me incomoda gerar desagrado, até porque exploro principalmente o que posso chamar de “meu próprio espaço” para manifestar-me a respeito. Coloco minha consciência e meu coração no que faço e, se sou honesto em minha expressão, isso é o mais importante.

Sobre isso, penso também no termo “corazonar”, de Guerrero Arias, que combina afetividade e intelectualidade. De fato, abordo assuntos que pessoas podem definir como “não agradáveis”, “desconfortáveis”, “duros demais”, mas não é sobre isso a realidade dos animais? E tais palavras combinam mais com ela do que com qualquer construção textual.

Reconhecer o que reconheço sobre a realidade da subjugação animal, distante de romantismos capciosos, e não abordá-la, e da forma que considero mais justa possível, resultaria no incômodo do “saber” e “não fazer”.

E quando falo em “fazer”, penso num processo perene, num continuísmo que é anseio por transformações não contingenciais. Claro que ansiar não significa transformar, mas, se é a partir do anseio que me sinto estimulado a uma incessante manifestação-oposição, o que devo fazer é continuar.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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