Não importa se os animais são mortos por ricos ou pobres

Ele não vai ficar menos assustado se você disser a ele que precisa matá-lo para “sobreviver” (Foto: Louise Jorgensen)

É claro que por um fator lógico, ricos por terem maior poder de compra, quando alimentam-se de animais, tendem a financiar mais mortes com fins de consumo.

No entanto, para os animais, enquanto vítimas, não importa se eles são mortos por ricos ou pobres, se quem mata pertence a um pequeno ou grande grupo étnico.

O problema para o animal está em ser escolhido para ser morto, o que independe de motivação.

Ele não vai ficar menos assustado se você disser que precisa matá-lo para “sobreviver” ou que faz parte de uma tradição.

O seu medo e natural recusa em morrer não considera o perfil do financiador, mandante ou autor de sua morte, mas apenas a iminência da violência que resultará no seu fim.

Como seres humanos, temos uma tendência a relativizar o peso da morte animal não humana considerando os nossos interesses enquanto espécie, não os dos animais não humanos.

Até mesmo entre os defensores dos animais

Até mesmo entre os defensores dos animais há aqueles que acreditam que há situações em que não há problema em matá-los, dependendo de quem o pratica e com qual motivação ou finalidade.

Mas será mesmo que a morte do animal é essencial? A não ser que você esteja em uma situação em que te obrigam a escolher entre uma vida humana e uma vida não humana, isso está longe de um dilema.

A chance disso acontecer é de uma improbabilidade contumaz, assim como a de você ser lançado em território desconhecido onde não exista nada além de você e um animal e digam que você é obrigado a matá-lo para sobreviver.

E o interesse do animal em não morrer?

Quais são as possibilidades? Reconheço que é mais fácil ganhar na loteria. Sendo assim, para todos os casos em que exploramos animais apenas porque queremos e julgamos que podemos não há fator de imprescindibilidade.

Logo te pergunto, e o interesse do animal em não morrer? Não deve ser respeitado? Não há circunstância cultural ou casual da nossa realidade que justifique a subjugação de um animal seguida de morte.

Sem dúvida, um animal não vai dizer que você pode matá-lo porque alega necessidade, mas o outro não. Já imaginou como deve ser para o animal o terror do instante que precede um golpe fatal? Tal reflexão deveria nortear nossa decisão quando espoliamos e subtraímos vidas.

 

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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