Pesquisadora e professora de físico-química da Universidade de Malmo, na Suécia, Marité Cárdenas está se dedicando a um projeto em que seu objetivo é criar o “leite perfeito” para a produção de queijo vegano.
O que a tem motivado é o fato de até hoje não ter encontrado nenhum queijo de origem não animal que seja idêntico ao baseado em leite de vaca.
Marité Cardenas acredita que alcançar esse objetivo pode motivar muitas pessoas que não se imaginam sem consumir o queijo tradicional a substituí-lo por uma versão sem o uso de animais.
“As opções veganas atuais não estão realmente imitando a produção de queijo lácteo, elas estão fazendo algo completamente diferente e isso [também] porque existe uma grande limitação tecnológica.”
Importância de mimetizar laticínios
Ela reconhece que há pessoas que buscam alternativas que não imitam o queijo, mas e quanto aos outros que querem a experiência do consumo de queijo tradicional? Isso só pode ser alcançado a partir de produtos de origem não animal criados para atender essa demanda.
Alcançar esse objetivo também é importante, segundo a pesquisadora e professora, porque é mais um passo em direção à sustentabilidade, considerando o impacto da agropecuária.
“Esse processo é difícil de imitar se você não tiver proteínas específicas, que só existem em animais. Muitas empresas estão tentando produzi-los de forma recombinante usando levedura, por exemplo”, frisa Marité Cardenas em publicação do AlphaGalileo.
O objetivo da pesquisadora é usar seu conhecimento físico-químico para formular um leite vegano a partir de proteínas de origem vegetal.
Caseína não animal
No projeto de pesquisa “Nanocapsules and recombinant proteins for nutritious vegan cheese making”, ela destaca que combinar biologia molecular e ciência coloidal abrirá caminho para um leite vegetal otimizado para produção de queijo vegano de alto valor nutricional.
“O queijo é uma consequência da degradação proteolítica das proteínas do leite, que estão ausentes nos substitutos do leite. As caseínas, em particular, são necessárias para fornecer a matriz que dá origem ao coalho do queijo.”
Por isso, em seu projeto, Marité Cardenas visa reproduzir a caseína a partir de fontes não animais.
“Com o aumento da população mundial e recursos limitados, torna-se cada vez mais evidente que os alimentos veganos devem fornecer um valor nutricional ideal, além de produzidos com alto rendimento e baixo custo.”
2 respostas
Não. Não precisamos de um leite idêntico ao de vaca, nem da carne de laboratório com gosto de carne animal, nem de fatias veganas de presunto com gosto e cheiro de um porco fatiado, nem do queijo perfeito, com textura e sabor daquele feito com o leite roubado dos bezerros. Precisamos virar a página escrita com o sangue, o desespero e o medo dos inocentes. É preciso mudar o foco, esquecendo o referencial da exploração e da matança por causa de humanos predadores, excluindo das refeições as vítimas imoladas por causa de um simples almoco. Não precisamos de nada idêntico, semelhante ou parecido com o gosto de um produto animal porque animais não são produtos, são vidas. Quem não quiser ser vegano, nao seja. Mas NAO SEJA de verdade.
Importantíssimo estudo. Certamente será uma revolução. O uso do queijo de crueldade está enraizado em diversas culturas e é utilizado em uma grande quantidade de receitas.
Existe uma enorme quantidade de pessoas que não são veganas por causa dos queijos e pessoas que e tornaram veganas mas sentem falta de de receitas tradicionais que antes consumiam.
O veganismo é pelos animais. Não me importo se alguém se tornou “vegano” pelo esporte, por modismo, uma vez na semana, para ganhar likes… Cada refeição vegana que uma faz, é uma morte a menos.