Pesquisadores dão início a projeto para salvar mico-leão-de-cara-preta

Só é possível encontrar o mico-leão-de-cara-preta no Norte do Paraná e em São Paulo (Foto: Celso Margaf)

Eles são pequenos, ágeis e têm pelos de um dourado vívido. Só é possível encontrar o mico-leão-de-cara-preta no Norte do Paraná e em São Paulo. Ainda assim, suas aparições são raras, afinal a mais otimista estimativa é de que haja, no máximo, 900 indivíduos desta simpática espécie de primata.

Um Projeto liderado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) quer mudar esse panorama. A iniciativa é apoiada pelo ICMBio e tem foco especial no Parque Nacional do Superagui (PR), que corresponde a 70% do território ocupado por este animal.

O Projeto deve durar 18 meses. Em março deste ano, foram iniciadas as atividades de campo no Ariri, área de ocorrência da espécie no litoral sul de São Paulo. Para esta fase, foram contratados dois moradores da comunidade do Ariri que já possuem experiência com a espécie em trabalhos anteriores com ações de pesquisa e conservação.

“Esta é a fase de localização dos grupos em toda a área de distribuição – ilha de Superagui, área continental e nas duas áreas protegidas no Parque Nacional de Superagui e Parque Estadual do Lagamar de Cananeia”, informa o ICMBio.

Como o mico é uma espécie bastante carismática, tem um grande potencial para a sensibilização ambiental. Também serão realizados trabalhos de ações de educação ambiental com foco nos moradores da região, gerando engajamento e alertando para a importância da conservação da espécie.

Estima-se que cerca de metade da população está protegida no Parque, o restante está na parte continental. Esta, inclusive, é uma ameaça à conservação da espécie, porque, com a construção do canal que separou o continente da Ilha de Superagui, as populações também ficaram isoladas, culminando na diminuição de variabilidade genética.

Além disso, a longo prazo, o aquecimento global também pode comprometer a sobrevivência do mico-leão-de-cara-preta. O aumento do nível do mar prejudica o território da espécie que é próximo da cota zero do nível do mar, tanto no continente quanto na ilha.

As estimativas de adultos com condições de reprodução não passam de 250 indivíduos. A maturidade sexual deste animal gira em torno de 1,5 a 2 anos e eles são em geral, monogâmicos, ainda que haja alguns registros de poligamia. A gestação da fêmea dura aproximadamente quatro meses e geralmente com dois filhotes por vez.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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