Peter Cushing não comia carne por respeito aos animais

Em 1987, o ator recebeu um convite para assumir a função de patrono da Sociedade Vegetariana (Foto: Reprodução)

O ator britânico Peter Cushing foi um dos maiores nomes do cinema de terror, além de um dos artistas mais celebrados da Hammer Films, produtora que lançou clássicos como “Dracula”, “The Mummy” e a franquia “Frankenstein”, iniciada com “The Revenge of Frankenstein”.

Cushing sempre contracenava com outros nomes de peso da arte cinematográfica, como Christopher Lee e Vincent Price. Embora interpretasse muitos personagens incomuns, enigmáticos e assustadores, Cushing era considerado um sujeito bastante agradável, educado e que abdicou do consumo de carne na juventude por respeito aos animais.

“As pessoas olham para mim como se eu fosse algum tipo de monstro, mas não consigo entender o porquê. Em meus filmes macabros, fui um criador de monstros ou um destruidor de monstros, mas nunca um monstro. Na realidade, sou um camarada gentil. Nunca prejudiquei uma mosca. Amo os animais e, quando estou no campo, sou um dedicado observador de pássaros”, disse em entrevista publicada na ABC Film Review em novembro de 1964.

De acordo com informações do livro “Living Without Cruelty”, de Lorraine Kay, entre as predileções alimentares do ator britânico estavam torradas de pão integral com Olde English Marmalade. Em 1965, ele interpretou o inesquecível Dr. Who em “The Dr. Who and the  Daleks”. Em 1977, viveu o personagem Grand Moff Tarkin, comandante da “Estrela da Morte” no filme “Star Wars Episode IV: A New Hope”.

Em 1966, o ator britânico revelou novamente o seu incômodo em ser confundido com seus personagens, o que na realidade era uma consequência dele ter participado de muitos filmes de terror: “Fico terrivelmente cansado com as crianças do bairro dizendo: ‘Minha mãe diz que ela não gostaria de encontrá-lo em um beco escuro.’”

Patrono da Sociedade Vegetariana

Em 1971, Peter Cushing perdeu sua esposa Violet Helene Beck, o que provavelmente foi a maior perda de sua vida, deixando-o inconsolável. Em 1982, foi diagnosticado com câncer de próstata, mas optou por não fazer nenhum tratamento agressivo.

Em 1987, o ator recebeu um convite para ser patrono e conselheiro da tradicional Sociedade Vegetariana, sediada em Manchester, na Inglaterra, onde foi fundada em 1847. Ele contribuiu com a entidade até 11 de agosto de 1994, quando faleceu aos 81 anos.

“Um vegetariano apaixonado a maior parte de sua vida. Peter Cushing será lembrado como um homem de fala mansa e gentil. Ele amava os animais silvestres e era um dedicado ornitologista. Quando sua esposa faleceu em 1971, ele sentiu que sua vida também acabou. Sua autobiografia, publicada somente 15 anos depois, não faz menção à sua vida após a morte de Helena”, publicou a Vegetarian Society no jornal “The Vegetarian” em 1994.

“Em 11 de agosto de 1994, depois de uma longa doença que ele carregou com característica dignidade, ele se juntou a ela. Seus amigos vão sentir falta de seu deslumbrante intelecto e sagacidade. Sua vida, pela qual damos graça, é um bom testemunho do vegetarianismo. Estamos orgulhosos de ter Peter Cushing como nosso patrono.”

Saiba Mais

Peter Cushing nasceu em 26 de maio de 1913 em Kenley, Surrey, na Inglaterra.

Em 2016, 22 anos após sua morte, Cushing apareceu em “Rogue One: A Star Wars Story”, novamente como Grand Moff Tarkin, por meio do uso de CGI.

Sua carreira como ator começou em 1939 e terminou em 1986.

A Vegetarian Society é a entidade vegetariana mais antiga ainda em atividade. Ela foi fundada em 30 de setembro de 1847.

Referências

Gullo, Christopher. In All Sincerity, Peter Cushing. XLIBRIS (2004).

Kay, Lorraine. Living Without Cruelty. Sidgwick & Jackson Ltd; 1st edition (1990).

Peter cushing OBE. Obituary. The Vegetarian (Outono de 1994).

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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