População não vê sentido em explorar e comer animais

Quem vê a pequena população de descendentes de animais que eram mortos aos bilhões por ano não consegue entender como poderiam enviá-los para o abate (Pintura: Hartmut Kiewert)

Hoje é um belo dia. População não vê sentido em explorar e comer animais. Acham isso grotesco, bárbaro, inadmissível. A ideia de animais como alimentos gera repulsa, incompreensão. “Por que alguém faria isso?”

Exibem com ledice seus vegetais – cereais, leguminosas, oleaginosas, frutas, verduras, tubérculos. Há diversidade de cores e tudo está ao alcance de todos. “É para todos.”

O que um pode comer o outro também pode, porque não há estado ou condição de exceção. Comer não é mais ato de distinção social ou de primazia da gula. Claro, passado conhecido, mas há muito não vivido.

Quem vê a pequena população de descendentes de animais antes mortos aos bilhões por ano não consegue entender como poderiam enviá-los para o abate e reduzir suas partes a pedaços comestíveis. Desconforto é comum ao imaginar a experiência de ter partes removidas, vendidas e mastigadas.

Há um museu que funcionou como matadouro, dizem que o último, onde os visitantes conhecem os hábitos alimentares de seus antepassados. “É para que a história não se repita”, finaliza um guia ao lado da escultura de um boi pendurado pelo pé.

Animal naquela situação ninguém que vive hoje conheceu. “Por que as pessoas eram tão primitivas? Não parece ser uma situação em que não houvesse alternativa”, diz um garoto.

Explorar animais é crime, mas a lei está em desuso há tanto tempo que ninguém mais se lembra da última punição. Mesmo na ausência de criminalização difícil seria encontrar alguém que admitiria privação e violência contra outras criaturas – o respeito ao que é o outro e à sua capacidade de sentir é imperativo. Não é a pena que coíbe, mas a empatia.

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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