Populações de animais selvagens caem 69% em 52 anos

Em sua 14ª edição, o Relatório Planeta Vivo revela uma queda média de 69% das populações de animais selvagens em todo o mundo desde 1970. As regiões tropicais são as mais afetadas pela perda de biodiversidade. No Brasil, por exemplo, animais icônicos, como o boto, estão entre os mais ameaçados.

“Embora os esforços de conservação estejam ajudando, é preciso agir com urgência se quisermos reverter a perda da natureza e adotar soluções integradas”, destaca o relatório.

O Relatório Planeta Vivo de 2022 analisou quase 32 mil populações de espécies selvagens acompanhando de forma abrangente como elas estão respondendo às pressões em seu ambiente.

A publicação também destaca que a crise climática e a perda de biodiversidade não são apenas problemas ambientais, mas também questões econômicas, de segurança, sociais, morais e éticas.

Os chamados países desenvolvidos são responsáveis ​​pela maior parte da degradação ambiental, mas são as chamadas nações em desenvolvimento que são impactadas desproporcionalmente pela perda de biodiversidade.

“Todos nós temos um papel a desempenhar na construção de uma sociedade sustentável para a natureza, protegendo o planeta e garantindo o bem-estar de todos”, alerta o relatório.

As populações de espécies de água doce monitoradas tiveram um declínio alarmante de 83% desde 1970, mais do que qualquer outro grupo de espécies. A perda de habitat e as barreiras às rotas de migração são responsáveis por cerca de metade das ameaças a essas populações.

“Nossa sociedade está na bifurcação mais importante de sua história e enfrenta seu mais profundo desafio de mudança de sistemas em torno do que talvez seja o mais existencial de todos os nossos relacionamentos: aquele com a natureza”, diz Marco Lambertini, diretor geral da rede de conservação da natureza WWF.

“As evidências são claras – estamos atravessando uma emergência dupla, uma provocada pelas mudanças climáticas e outra pela perda de biodiversidade, ambas causadas pelo uso insustentável dos recursos do planeta. Os cientistas já alertaram que se não tratarmos dessas duas emergências conjuntamente nenhuma delas será solucionada de forma efetiva.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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