
No Brasil, porcos normalmente são mortos com idade que pode variar de quatro a cinco meses, e peso que oscila de 90 a 100 quilos, embora seja possível encontrar animais sendo abatidos com 130 quilos.
As fases de criação desses animais são identificadas por estranhos eufemismos e termos objetificadores como “creche” e “terminação”, que são a primeira e última etapa associada à fase intermediária de crescimento.
Um leitãozinho, que nos primeiros três dias tem suas presas cortadas com alicate (vendido livremente no comércio eletrônico), é enviado para a “creche” após o desmame forçado, quando ele tem 21 dias de idade e ocorre a separação de sua mãe.
Além da experiência ser traumatizante tanto para o filhote quanto para a porca, a mudança de ambiente expõe o animal a vários tipos de patógenos.
Também é um período de difícil adaptação – que inclui o corte da cauda – classificada como medida preventiva contra o canibalismo.
Antibióticos, desenvolvimento e gripe suína
Essa realidade do confinamento torna o animal um típico alvo do uso de antibióticos (o que tem favorecido o surgimento de superbactérias resistentes a esses medicamentos), tanto para acelerar seu desenvolvimento quanto para evitar doenças que surgem durante o confinamento.
Patógenos nesse contexto não são novidade. Afinal, foi a realidade do confinamento de porcos com fins comerciais que permitiu que a humanidade conhecesse a gripe suína, que tende a se proliferar em espaços com grande quantidade de suínos.
Vale ressaltar que na fase de desenvolvimento, que marca principalmente o segundo e terceiro mês de vida do animal, ele é preparado para a “terminação”.
“Terminação” marca o fim de uma vida em benefício do paladar
Nessa última fase de sua vida, o porco é submetido a uma dieta hipercalórica para chegar ao peso considerado ideal para o abate. Tudo que foi citado ocorre, por padrão, em um período que dificilmente ultrapassa cinco meses.
Afinal, esse é o tempo que leva para esses animais, que poderiam viver por 15 anos, acabarem como pedaços de carne disponíveis nos açougues do Brasil, onde os consumidores tendem a não se preocupar com o processo que precede a transformação de jovens animais em produtos alimentícios resultantes da violência diária nos matadouros.