De acordo com um estudo publicado ontem (13) na revista científica Nature Food, a produção de alimentos de origem animal gera 57% das emissões de carbono do sistema alimentar.
Por outro lado, alimentos vegetais não ultrapassam 29%. Já os 14% restantes estão associados a outras utilizações. A pesquisa cita a América do Sul como um dos maiores emissores ao lado do sul e sudeste asiático.
Os dados são considerados preocupantes porque como a população global já havia quadruplicado no final do último século, o crescimento demográfico e econômico aumentou a demanda global por alimentos e causou mudanças na dieta humana, fazendo com que a população consumisse mais produtos de origem animal.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que será necessário ampliar em 70% a produção de alimentos até 2050 em comparação com 2009 para atender a demanda.
Considerando as altas emissões de carbono associadas principalmente aos produtos de origem animal, ignorar o quanto já é crítico consumir esses produtos colocará a população do planeta em situação mais complicada.
Riscos para o futuro
“Isso impulsionará a expansão dos subsetores de alimentos, incluindo cultivo de safras e criação de gado, bem como transporte e processamento de produtos, materiais (fertilizantes e pesticidas) e irrigação”, frisa a pesquisa.
“O aumento da produção de alimentos pode acelerar as mudanças no uso da terra para a agricultura, resultando em maiores emissões de gases de efeito estufa (GEE), redução do sequestro de carbono e intensificação das mudanças climáticas.”
A pesquisa sugere que as estratégias de mitigação do clima exigem estimativas de todas as principais emissões de GEE (por exemplo, CO2, CH4 e N2O) da produção e consumo total de alimentos de origem animal e vegetal.
“Essas estimativas abrangentes e quantitativas requerem uma estrutura que represente dinamicamente os fatores ambientais, humanos e de gestão dos principais GEEs.”
Saiba Mais
Mesmo com um impacto tão grande no meio ambiente, a proteína de origem animal responde por apenas 18% das calorias diárias da população global.
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