“Esse queijo é feito de vaca?”, perguntou a menina. “Como?” “Quero saber se o queijo é de vaca.” “Não, ninguém faz queijo de vaca.” “Mas você fez esse queijo aí sem vaca?” “Não!”
“Então por que você diz que não é de vaca? É de vaca sim!” “Olhe, menina, você está incomodando. Cadê sua mãe? Você veio com quem?” “Por que você usa vaca pra fazer queijo?”
“Eu não uso! O queijo vem do leite que sai da vaca.” “Se o queijo é do leite que sai da vaca, então é queijo de vaca!” “Não, é do leite que a vaca dá pra gente.” “A vaca não dá leite pra gente. Vaca dá leite pro bezerro. Você é bezerro?”
“Quem trouxe essa menina? Algum familiar pode tirá-la daqui?” “Se você não é bezerro, e ninguém aqui é bezerro, por que você usa leite de vaca?” “Porque eu quero. Eu que decido, não você.”
“Não é legal tirar do bezerro pra gente. Deve ter tanto bezerrinho querendo mamar sem poder.” “Filha, a vaca dá mais do que o suficiente para o bezerro.” “Então por que não deixam ele mamar até quando ele quiser?” “Não sei. Não quero saber.”
“Tá, mas queijo é feito de comida de bezerro.” “Não, não é. É de leite.” “O leite não é pra alimentar o bezerro? Vaca sem filhotinho não dá leite. E se nasce bezerro, o leite é do bezerro.” “Deixe de confusão, menina. Se não vai querer nada, peço que se afaste.” “Tá bom, mas queijo é feito de vaca.”
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