Restaurante londrino que oferecia foie gras agora é vegano

Chef Alexis Gauthier: “Também sou vegano. Seria antiético lucrar com a venda de animais mortos” (Foto: Gauthier Soho/Divulgação)

O chef Michelin francês Alexis Gauthier anunciou neste mês de abril que seu restaurante, o Gauthier Soho, considerado um dos mais requintados de Londres e que já serviu mais de 20 quilos de foie gras por semana, agora é vegano.

Em 2018, Gauthier começou a mudar o menu do restaurante de alta gastronomia francesa reduzindo a oferta de pratos com ingredientes de origem animal. Segundo o chef, que também abriu recentemente um café vegano, ele fez isso gradualmente para que os clientes se adaptassem às mudanças.

Nem todos reagiram bem. No entanto, Alexis Gauthier declarou que em nenhum momento hesitou em recuar na transição, já que seu objetivo era excluir completamente os ingredientes de origem animal do menu.

“[Agora] não há nenhum produto de origem animal no restaurante. Também sou vegano. Seria antiético lucrar com a venda de animais mortos”, declarou em entrevista à revista britânica Big Hospitality.

Futuro da comida está nos vegetais

Em março de 2019, Alexis Gauthier participou como convidado de um episódio do MasterChef UK, da BBC, desafiando os participantes a prepararem pratos veganos.

Durante o programa, com audiência média de quatro milhões de espectadores, Gauthier disse que o futuro da comida está nos vegetais.

O que o motivou a considerar o veganismo foi que em 2015 ativistas dos direitos animais começaram a protestar contra o seu restaurante, que financiava a cruel realidade de gansos e patos.

A experiência fez Gauthier refletir pela primeira vez sobre o sofrimento dos animais, se aquilo realmente estava certo e se era o que ele queria continuar fazendo. Ele concluiu que não.

Sem oferecer nada de origem animal, o Gauthier Soho reabrirá no dia 23 de junho, quando as restrições de funcionamento de restaurantes em decorrência da pandemia de covid-19 serão suspensas na Inglaterra.

Saiba Mais

O foie gras é obtido a partir da alimentação forçada de gansos e patos, que têm suas gargantas penetradas por um tubo até o momento em que a quantidade de alimento recebida faça com que seus órgãos ganhem imensas proporções. A meta é fazer com que seus fígados fiquem pelo menos dez vezes maiores, passando a ser considerados ideais para a produção de foie gras.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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