A Bloomberg publicou esta semana um artigo em que destaca que, embora o consumo de proteínas de origem animal não parou de crescer nas últimas seis décadas, a pandemia de coronavírus está ajudando a mudar essa trajetória.
Tendo como referência dados da ONU, a publicação informa que a produção de carne sofreu queda em 2019, e que outro declínio surgiu este ano durante a disseminação global da covid-19. Essa evidência é considerada importante porque 2019 foi o segundo ano desde 1961 em que a produção de carne sofreu sua queda mais significativa.
O texto diz que já estamos no “pico das pastagens” em referência ao fato de que a pecuária extensiva já ocupa mais áreas do que deveria, e ainda cita como exemplo a realidade brasileira.
“Como observam meus colegas da Bloomberg News, a queda de 3% no consumo de carne per capita esperada para este ano será o maior declínio desde pelo menos 2000. Mas há mais do que isso, especialmente considerando o que isso pode significar para o meio ambiente e para as mudanças climáticas”, frisa o autor Nathaniel Bullard.
Setor de alta emissão de carbono
O artigo também informa que a carne bovina está perdendo cada vez mais participação no mercado de proteínas de origem animal. Uma prova disso é que em 1961 esse mercado representava 39% do total enquanto em 2018 já estava em 20%.
“A produção de carne bovina é um setor de alta emissão [de carbono] na produção global de alimentos”, cita a publicação, apontando também que a carne bovina demanda muita terra e favorece muito o desmatamento.
“O consumo de carne bovina parece muito próximo do seu pico, e os investidores que apostam mais de US$ 1 bilhão em proteínas alternativas este ano esperam que as empresas de seus portfólios possam reduzir ainda mais a demanda por carne.”