Segundo estudo, consumo de carne precisa ser reduzido em 75%

No estudo, os pesquisadores Matin Qaim e Martin C. Parlasca frisam que cada pedaço de carne consumido tem um preço que não é pago no caixa – o custo ambiental desse hábito (Imagem: Grazing the Amazon)

De acordo com um estudo da Universidade de Bonn publicado em abril no Annual Review of Resource Economics e na Science Daily, pelo bem do planeta, o consumo de carne precisa ser reduzido com urgência. Nos países mais ricos, em pelo menos 75%.

No estudo, os pesquisadores Matin Qaim e Martin C. Parlasca frisam que cada pedaço de carne tem um preço que não é pago no caixa – o custo ambiental desse hábito.

“Os ruminantes, por exemplo, produzem metano, que acelera o aquecimento global. Os animais também convertem apenas uma parte das calorias que recebem em carne. Para alimentar o mesmo número de pessoas, a carne demanda, portanto, uma área de terra muito maior” – é destacado no release da pesquisa.

“Isso prejudica os ecossistemas, pois sobra menos espaço para a conservação das espécies naturais. Além disso, aqueles que comem muita carne correm sérios riscos – porque carne em excesso não é saudável e pode promover doenças crônicas.”

Segundo o professor Dr. Matin Qaim, do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento, da Universidade de Bonn, na Alemanha, é preciso reduzir o consumo anual de carne para menos de 20 quilos. No Brasil, mesmo com a crise, o consumo médio de carne bovina em 2021 foi de 26,5 quilos por pessoa, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Atualmente, cerca de 50% de todos os grãos produzidos em todo o mundo são usados ​​como ração animal”, acrescenta Qaim. Ele sustenta que o problema não é tão grave nos países mais pobres, onde o consumo de carne não é comum como nas nações industrializadas. Por isso, ele atribui a responsabilidade principalmente aos países mais ricos, que são grandes consumidores.

Matin Qaim e Martin Parlasca também pedem que o tema “consumo sustentável” seja cada vez mais integrado aos currículos escolares e à formação de futuros professores.

“Precisamos nos tornar mais sensíveis ao impacto global de nossas decisões”, enfatiza Qaim. “Isso é verdade não apenas com a comida, mas também com a camisa que compramos na loja de descontos para usar uma única noite em uma festa.”

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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