Sérvia proíbe a criação de animais para a indústria de peles

“Há 15 anos, a Freedom for Animals defende uma Sérvia livre de peles, avançando e apoiando a legislação para abolir essa brutal exploração de animais” (Fotos: Reprodução)

O governo da Sérvia tomou uma decisão histórica neste início de 2019, proibindo definitivamente a criação de animais para a indústria de peles. A decisão já era bastante esperada, considerando que a Lei de Bem-Estar Animal criada em 2009 deu um prazo de dez anos de transição para quem atua ou atuava nesse ramo. Agora, quem for flagrado insistindo nesse mercado vai responder criminalmente.

“A imposição da proibição é o resultado bem-sucedido de uma década de luta decisiva e persistente de cidadãos, especialistas e ativistas dos direitos animais”, informa a organização Fur Free Alliance, lembrando que a indústria de peles fez lobby para reverter a proibição, mas ainda assim foi derrotada.

Organizações sérvias de defesa dos animais tiveram o apoio de entidades internacionais que ajudaram a fortalecer a proibição, evitando qualquer recuo. Em junho do ano passado, Belgrado recebeu a exposição Make Fur History, realizada pela organização sérvia Freedom for Animals, mostrando a realidade desse mercado. A iniciativa teve o amparo de jornalistas que abordaram o impacto negativo da indústria de peles.

“Há 15 anos, a Freedom for Animals defende uma Sérvia livre de peles, avançando e apoiando a legislação para abolir essa brutal exploração de animais. Com a aplicação da Lei de Bem-Estar Animal de 2009, que torna ilegal manter, reproduzir, importar, exportar e matar animais apenas para a produção de peles, uma grande vitória foi finalmente alcançada. Essa proibição não só é importante para os animais usados na produção de peles na Sérvia, mas também para toda a região do Sudeste da Europa, e representa um importante passo para os direitos animais no mundo todo”, declarou Snezana Milovanovic, diretora da Freedom for Animals.

Na Sérvia, normalmente 12 mil chinchilas eram mortas anualmente. Os animais originários da Cordilheira dos Andes eram mantidos em gaiolas de bateria, onde rapidamente sofriam distúrbios comportamentais antes de serem mortos para a extração de pele.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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