Consumo de animais é o fim dos animais

Consumo de animais é o fim dos animais. Podemos ignorar todo o processo que precede o fim e pensar somente no fim. Podemos não pensar especificamente em nenhum animal ou em todos os animais. Por que nominar? Por que referenciar? Não há animais, mas corpos e pedaços de corpos – maiores ou menores – o […]

Quantas mortes carrego dentro de mim se alimento-me de morte?

Quantas mortes carrego dentro de mim se alimento-me de morte? Entram pela boca, descem pela garganta, percorrem meu organismo e dele exigem trabalho. A morte representada por partes de um corpo sem vida pode trazer tantos significados, porque cada um, na sua distinção originária, é uma história ignorada. Posso inferir condições de vida, brevidades, situacionismos, […]

Animais são invisíveis nos açougues

Animais são invisíveis nos açougues. Não estão lá, e se estão, também não estão. Quem vê? Quem não vê? Morto é inexistência que começa na encetadura da vivência. Se andam ou movem-se, não são o que são, e quando não andam ou movem-se, também não. Então quando são? Invisibilidade é precedência, precessão, porque o não […]

O fim da vontade de comer animais

Não teve vontade de comer nada que viesse de animais no café da manhã nem depois. De madrugada, abriu a geladeira e lembrou da última vez que fez um lanche com carnes, ovos e queijos. Sentiu desconforto na garganta, como se penas, pelos e couro a raspassem. Viu aqueles produtos como coisas estranhas habitando sua […]

A violência vendida no açougue vem da conveniência

Fora da fila, ficou parado em frente ao açougue do supermercado observando os quadros na parede. Pouco acima de um grande “Agradecemos a preferência” havia uma sequência de fotos emolduradas de animais em belos campos. Nenhum transmitia expressão de desconforto. Achou aquilo intrigante, porque a poucos metros dali partes daquelas criaturas recheavam a vitrine e […]

Um animal ainda é um animal no açougue

A mãe pediu que fosse ao açougue comprar frango assado. Pagou, pegou a senha e esperou a vez diante do assador rotativo. Seis espetos giravam sem parar, mas devagar. Ficou intrigada com a pele tostada e alaranjada. Havia um corpo ali, sem cabeça. Não, não apenas um. Contou 30. Pareciam inchados, desproporcionais. Peitos enormes contrastando […]

Quantas famílias estão à venda no açougue?

Perto do balcão do açougue, tento imaginar a quantidade de famílias desfeitas e mortas – em partes na vitrine, penduradas e em bandejas, nas mãos dos açougueiros, nas sacolinhas (faz parecer eufemístico, né?) recém-entregues. Números apenas giram e giram. Pode-se juntar partes mentalmente e formar possibilidades bem realistas, com base em volumes, tamanhos, formatos e […]