
Não é novidade que vacas leiteiras são abatidas quando não produzem um volume de leite considerado “satisfatório” ou quando desenvolvem problemas vistos como “onerosos demais” para mantê-las vivas; ou quando são apenas classificadas como “velhas” – mesmo vivendo apenas um quarto do que poderiam.
Afinal, na produção leiteira o que importa é ter um animal de alta produtividade. E quando esse objetivo não é alcançado, a vaca passa a ser vista como uma criatura “em condições de descarte”, conforme critérios do que chamam de “pressão de seleção” – que envolve também avaliação de qualidade e ligamentos dos úberes, aprumo e problemas de casco.
No Brasil, por exemplo, a cada ano mais de 30% do rebanho leiteiro é “renovado”, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o que isso significa? Que mais de 30% das vacas exploradas para obtenção de leite são descartadas, enviadas para o matadouro.
Como o Brasil tem um rebanho de vacas ordenhadas de pelo menos 16,2 milhões, isso significa mais de 4,86 milhões de vacas abatidas. E quando isso ocorre? No Brasil, a “temporada” de descarte de vacas leiteiras começa em novembro e se estende até janeiro. Mas em algumas regiões do país, e dependendo do tamanho do rebanho, pode durar até março.
Situação não tem melhorado
Claro que também não significa que vacas leiteiras não são descartadas em outras épocas do ano. Porém, esse período é identificado como a “temporada” de descarte – que é quando o maior número de vacas é encaminhado para abate para “dar lugar a animais jovens e mais produtivos”.
De qualquer forma, é importante não esquecer que todas as vacas acabam tendo esse destino quando se trata da indústria leiteira. Ou seja, após uma vida utilizada para exploração econômica em benefício humano, são mortas e reduzidas a pedaços de carne e outros produtos – assim como o gado de corte.
E a situação não tem melhorado para as vacas em nosso país. Afinal, ainda está valendo a Portaria nº 365, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 23 de julho, que regulamenta dentro de um protocolo de “bem-estar animal” o abate de vacas que tenham chegado a até 90% do ciclo de gestação, o que equivale ao oitavo mês.
“Se houver dúvidas quanto ao estado de inconsciência do feto, este deve ser morto mediante uso de dispositivo de dardo cativo de tamanho compatível ou com um golpe na cabeça com instrumento contundente”, sugere o Regulamento Técnico de Manejo Pré-abate e Abate Humanitário.
Saiba Mais
Uma vaca que poderia viver por 20 anos normalmente não ultrapassa os cinco anos quando utilizada na produção leiteira – idade em que passa a ser considerada “velha”.
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Uma resposta
Terrível a situação das pobres vaquinhas. Além de escravas, mortas quando não são úteis! O ser humano precisa eliminar seus hábitos assassinos! É a hora de nós, veganos, nos unirmos e protestarmos contra isso, convencendo também a sociedade a parar de comer alimentos de origem animal. O veganismo é a única postura ética possível perante toda a crueldade que é vista em fazendas!