Uso de antibióticos na pecuária pode aumentar 67%

Antibióticos têm sido cada vez mais usados em animais que não têm doenças bacterianas (Foto: Stacey Wescott/Getty)

De acordo com a organização World Animal Protection, considerando que hoje a maior parte dos animais criados para consumo vive em confinamento e que os números podem ser ainda maiores no futuro com o aumento da população global, a previsão é de que o uso de antibióticos na pecuária aumente 67% até 2030.

“As estimativas indicam que o uso de 40% a 80% desses medicamentos nas criações em países em desenvolvimento seja desnecessário ou questionável. Apenas animais com doenças bacterianas devem ser tratados com antibióticos”, alerta.

Hoje, com um cenário comum de estresse crônico causado pelo confinamento, os animais têm seus sistemas imunológicos debilitados, o que favorece a disseminação de doenças, segundo a WAP.

Aumento da ineficácia de medicamentos 

“Por isso, antibióticos estão sendo administrados de forma ‘preventiva’ e diariamente, o que constitui um terreno fértil para a mutação/adaptação de bactérias que também são nocivas à nossa saúde.”

De acordo com a organização, nesse processo há uma seleção de organismos que possuem alguma resistência a esses medicamentos e que depois não terão mais efeito no tratamento de humanos e animais.

“Infecções causadas por bactérias multirresistentes são mais difíceis de tratar, prolongam a permanência dos pacientes nos hospitais e aumentam índices de mortalidade. Apenas nos Estados Unidos, o gasto anual com essas infecções em seres humanos chega a US$ 30 bilhões.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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