Van Gogh: “Parei de comer carne desde que visitei os matadouros do sul da França”

Van Gogh: “Para um ser humano, a vida física deve ser um detalhe miserável; comida vegetal é o suficiente, todo o resto é luxo” (Arte: Van Gogh)

No Livro “The Letters of Vincent Van Gogh”, o pesquisador e historiador de arte Ronald de Leeuw, ex-diretor do Museu Van Gogh, apresenta fatos pouco conhecidos sobre a vida do holandês Vincent Van Gogh, expoente do pós-impressionismo e considerado um dos maiores pintores de todos os tempos.

Entre as revelações estão citações de cartas que Vincent enviou ao irmão caçula Theodorus. “Parei de comer carne desde que visitei os matadouros do sul da França”, confidenciou Van Gogh.

Em 2000, o escritor e crítico Steven G. Kellman publicou no Volume 69, número 4, da revista American Scholar, um artigo intitulado “Fish, Flesh and Foul”, relatando que a experiência foi tão traumatizante para o pintor que ele decidiu não consumir mais animais, o que vai ao encontro do que foi publicado em 1990 na página 55 do livro “Vincent Van Gogh: A Life”.

“Nunca consumia carne ou molho de carne”

Na obra, o biógrafo Philip Callow narra que em 1877, no período em que o pintor esteve em Dordrecht, na Holanda do Sul, Vincent Van Gogh nunca consumia carne, embora não haja informações precisas sobre até que ponto ou até quando ele se absteve de consumir animais.

Colega de quarto de Van Gogh em Dordrecht, PC Görlitz registrou em correspondência enviada ao psiquiatra e escritor Frederik van Eeden, que o ajudaria a preparar um artigo sobre a vida de Vincent, publicado em 1º de dezembro de 1890, que em uma tarde, enquanto estavam diante da mesa, três deles se alimentaram com o apetite de lobos famintos.

“Não ele [Van Gogh]. Ele não comeria carne. […] Quatro batatas com uma suspeita de molho e um bocado de legumes constituiu todo o seu jantar. Diante de nossa insistência de que um jantar saudável depende de carne, ele respondeu: ‘Para um ser humano, a vida física deve ser um detalhe miserável; comida vegetal é o suficiente, todo o resto é luxo’.” Declarações como esta endossam que se Van Gogh não era realmente vegetariano, ele foi pelo menos um simpatizante ou defensor do vegetarianismo.

Mais informações sobre o estilo de vida de Van Gogh podem ser encontradas no livro “Van Gogh, Gauguin and the Impressionist Circle”, de Mark W. Roskill, publicado pela New York Graphic Society em 1961.

Saiba Mais

Vincent Van Gogh nasceu em 30 de março de 1853 em Zunderst, nos Países Baixos, e faleceu em 29 de julho de 1890 em Auvers-sur-Oise, na França.

Algumas de suas obras mais importantes são: “Os Comedores de Batatas”, de 1885; “Quarto em Arles”, de 1888; “Doze Girassóis Numa Jarra”, de 1889; “Auto-Retratos, de 1886 a 1890; “Noite Estrelada”, de 1889; e “Retrato do Dr. Gachet”, de 1890.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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