Heroína, a vaca que fugiu do abate e se abrigou em uma ilha

Heroína, a vaca que fugiu em busca da liberdade no sul da Polônia (Acervo: Pawel Kukiz/Facebook)

Não são poucas as histórias surpreendentes de fugas de animais que seriam abatidos. Um exemplo marcante foi testemunhado em 2018 no sul da Polônia, quando uma vaca leiteira a caminho do matadouro conseguiu fugir, derrubando uma cerca e nadando até uma das ilhas do Lago Nyskie, que faz parte do Rio Nysa Kłodzka.

De acordo com o noticiário polonês Wiadomości, o senhor Lukasz, o pecuarista que enviou a vaca para o matadouro, lucraria o equivalente a pouco mais de R$ 5,6 mil com a sua morte: “Eu a vi debaixo d’água, mergulhando”, disse. Pensando no dinheiro, o pecuarista procurou um veterinário local para atirar na vaca com um tranquilizante e levá-la de volta. Além do animal escapar mais uma vez, o veterinário não pôde fazer nada porque estava sem munição a gás.

O pecuarista então deixou comida na ilha. Dias depois, quando os bombeiros usaram um barco para atravessar o Nyskie, a vaca que ficaria conhecida como Heroína nadou mais de 50 metros até uma península vizinha. Um político local, Pawel Kukiz, se ofereceu para salvá-la da morte. Por meio das redes sociais, ele declarou que “ela fugiu heroicamente, e que não era a primeira vez que uma vaca buscava a liberdade.”

Lição de Heroína

Kukiz logo encontrou um santuário para recebê-la. No dia em que a vaca seria enviada para o novo lar, um veterinário e quatro equipes de resgate navegaram até a ilha. O medo de Heroína em ser capturada era tão grande que ela desapareceu em meio à densa vegetação.

Foram necessárias algumas horas e três dardos tranquilizantes para contê-la. No entanto, o estresse vivido por Heroína ao longo de quatro semanas, e o medo do contato humano, fez com que ela falecesse após o resgate, em decorrência de um ataque cardíaco.

Talvez a história de Heroína sirva de lição para entendermos que a vontade de viver não é uma prerrogativa estritamente humana, e o quanto é traumatizante para um animal ser explorado e mais tarde enviado para um matadouro, onde sua vida vale o preço de sua carne.

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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