Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, o governo da Noruega anunciou que voltará a enviar recursos para o combate ao desmatamento no Brasil.
“Tivemos uma colaboração boa e muito próxima ao governo antes de Bolsonaro, e o desmatamento no Brasil diminuiu muito sob a presidência de Lula da Silva”, disse à Agência France-Presse (AFP) o ministro do Meio Ambiente, Espen Barth Eide.
“Tivemos uma colisão frontal com Bolsonaro, cuja abordagem era diametralmente oposta quando se tratava de desmatamento.”
A Noruega era a principal doadora internacional de recursos para o Fundo Amazônia, mas, assim como a Alemanha, deixou de enviar recursos para o Brasil em 2019, quando Bolsonaro assumiu o governo.
Barth Eide descreveu o aumento do desmatamento da Amazônia nos últimos quatro anos como “escandaloso”. Segundo o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento cresceu 70% durante o governo Bolsonaro em comparação com a média dos dez anos anteriores – 6,5 mil quilômetros quadrados por ano.
O ministro também declarou que a Noruega está pronta para enviar US$ 483 milhões ao Fundo Amazônia.
“Observamos que durante a campanha ele [Lula] enfatizou a conservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia. É por isso que estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes o mais rápido possível para nos preparar para a retomada da historicamente boa colaboração entre Brasil e Noruega.”
Lula, que atuou como presidente entre 2003 e 2011, destacou após sua vitória eleitoral no domingo (30) que o Brasil está pronto para recuperar seu lugar na luta contra o desmatamento e a crise climática – ressaltando que o “desmatamento zero” será uma das prioridades.
