E se fôssemos nós no lugar dos animais?

Afinal, e se fôssemos nós no lugar dos animais? Como nos sentiríamos? (Artes: Andrew Tilsley)

O artista britânico Andrew Tilsley deixa claro que suas inspirações vêm das maravilhas da natureza e da exploração dos relacionamentos desconcertantes que as pessoas têm com outros animais. E foi com base nessa percepção que ele começou a explorar a inversão de papéis na nossa relação com seres não humanos.

Testes em animais, caça, uso de peles, consumo de carne e até mesmo a desconsideração pela vida dos insetos são abordados no trabalho do artista, e com viés sardônico e revanchista – que evoca uma justiça baseada na contumácia da experiência compartilhada.

Afinal, e se fôssemos nós no lugar dos animais? Como nos sentiríamos? Será que seríamos capazes de analisar mais cuidadosamente o valor das vidas não humanas que condicionamos, subjugamos e obliteramos? São esses questionamentos que o trabalho de Tilsley desperta.

Não há dúvida que a intenção é chocar o público, até porque o artista assume a função de provocar quem não vê os animais como sujeitos de direitos, como se o papel das demais espécies fosse nos servir. O uso das cores dá uma tônica espetaculosa de visceralização de uma realidade reversa.

A expressão corriqueira e apática dos personagens não humanos transparece um retrato humano da naturalização e não rejeição às atrocidades que cometemos contra os animais por simples e confortável conveniência. E tudo é criado sob uma inspiração combinante de raiva e beleza – o que Andrew também admite, assim como sua consideração de que os animais são seres autônomos e sensíveis, embora fascinantemente diferentes de nós em alguns aspectos.

O artista também é biólogo e explica como é transitar pela ciência e pela defesa dos animais: “Para mim, não há inconsistência em ser um biólogo e um defensor dos direitos animais. De fato, eu diria que, se a primeira [função] é praticada integralmente e corretamente, a outra [função] deve seguir [por esse caminho] automaticamente.”

Saiba Mais

De West Yorkshire, na Inglaterra, Andrew Tilsley começou a identificar-se com os animais bem cedo. Com cerca de quatro anos, ele aprendeu sobre a classificação dos animais de acordo com a alimentação e decidiu que queria ser um herbívoro – então abdicou do consumo de carne nos anos 1980. Mais tarde, em 1994, fez a transição para o veganismo.

Conheça um pouco mais do trabalho de Andrew Tilsley:

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. A empatia destrói fronteiras e abre caminho para novas realidades com intuito de treinarmos nosso discernimento sem isso achamos que estamos certos em tudo e não damos valor ao outro. A empatia nos ajuda a respeitar o próximo em seguida ter discernimento e aceitar a diversidade sendo que ela não prejudica ninguém.

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