Artista húngara põe humanos no lugar dos animais que matamos

“É por causa do humor que até quem não é vegano é capaz de dar uma olhada nas minhas imagens e refletir sobre elas em vez de bloqueá-las instantaneamente.” (Ilustrações: Melinda Hegedus)

Humor, cores marcantes e antropomorfismo. Combinando esses três elementos, a artista húngara Melinda Hegedus começou a criar ilustrações que manifestam de forma crítica o quanto as relações de consumo que os seres humanos perpetuam a partir da subjugação de outras espécies é desnecessária e arbitrária.

Melinda conta que sempre gostou de desenhar e pintar, mas o que a levou para o artivismo (arte como forma de ativismo) foi a sua frustração enquanto uma vegana vivendo em um mundo onde muito do que é produzido para consumo desconsidera os interesses dos animais.

“Felizmente, encontrei uma maneira criativa de canalizar toda essa raiva e ressentimento e transformá-la em algo que, espero, tenha valor para o mundo e possa ajudar a demolir o carnismo e a trazer mudanças positivas para as mentes humanas”, diz.

Recorrente em suas ilustrações, o humor foi a forma encontrada por Melinda para conseguir conquistar a atenção do espectador na mesma proporção em que o cativa a refletir sobre assuntos sérios.

“É por causa do humor que até quem não é vegano é capaz de dar uma olhada nas minhas imagens e refletir sobre elas em vez de bloqueá-las instantaneamente como fazem com outras mensagens relacionadas ao veganismo”, conclui. O uso diverso de cores marcantes também ajuda a atrair a atenção do público.

Outra característica comum em seus personagens é o antropomorfismo, também utilizado para aproximar o espectador da realidade dos animais. Ou seja, fazer com que ele seja capaz de, mesmo que por um instante, se colocar no lugar de uma criatura senciente não humana.

Melinda, que tem como inspiração a artista vegana Dana Ellyn, tem conseguido isso ao criar ilustrações com personagens não humanos carregados de traços, expressões, emoções ou intenções humanas; e normalmente em situações que fazem parte do cotidiano dos animais explorados para consumo ou entretenimento.

“Espero que olhar para esses animais antropomórficos ajude meus colegas humanos a verem que, mesmo com as diferenças anatômicas, os animais são como nós. Todos temos medo da dor e da morte, e todos tentamos evitar o sofrimento. Todos somos seres conscientes vivendo juntos neste planeta”, defende.

Acompanhe o trabalho de Melinda Hegedus:

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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