Austrália ganha imitação de carne wagyu a partir do tofu

“Estamos discutindo com alguns distribuidores na Austrália, como Woolworths, Coles e Aldi. Para levar não apenas a [imitação da] carne wagyu às lojas, mas também outros produtos” (Foto: Divulgação)

A empresa alimentícia JAT Oppenheimer, de Sydney, na Austrália, conseguiu criar uma imitação de bife wagyu, a carne bovina mais cara do mundo (que é vendida por até R$ 450 o quilo no Brasil), a partir do tofu.

Ao Daily Mail, a empresa disse que o produto, que conta também com fibras de ervilha e proteína de trigo na composição, já está pronto para ganhar as grandes redes de supermercados sob a marca “V Meat”.

“Estamos discutindo com alguns distribuidores na Austrália”

“Estamos discutindo com alguns distribuidores na Austrália, como Woolworths, Coles e Aldi. Para levar não apenas a [imitação da] carne wagyu às lojas, mas também outros produtos, como almôndegas e hambúrgueres ”, disse o diretor-geral da JAT Oppenheimer, Wilton Yao.

No entanto, a novidade não agradou quem investe na carne wagyu no país. Segundo o Daily Mail, o CEO da Associação Australiana de Carne Wagyu, Matt McDonagh, disse que “é ofensivo aos produtores anunciar uma carne falsa como wagyu”.

“Wagyu é natural e resultado de centenas de anos de pureza na criação de animais. Qual é o sentido de tentar produzir um ingrediente altamente processado e artificial? As pessoas escolhem comer wagyu por causa da integridade e das qualidades únicas do produto”, criticou.

Pecuaristas em guerra contra a indústria de alternativas à carne

Na Austrália, o setor agropecuário está em guerra contra os alimentos à base de plantas. Segundo o Daily Mail, pecuaristas exigem a proibição do uso de palavras normalmente associadas a alimentos de origem animal.

O setor tem o apoio da ministra da Agricultura, Bridget McKenzie que diz que essa é uma forma de proteger os “produtores australianos”. No Brasil, a mesma defesa é feita pelo deputado federal Nelson Barbudo (PSL-MT)

Atualmente o PL 2876/2019, que visa impedir o uso do termo “carne” e análogos em referência a alimentos de origem vegetal, aguarda a designação de um relator na CDC para seguir adiante. Na sequência, a proposta deve ser avaliada pela Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC).

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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