Bezerros são deixados para morrer de frio em grande fazenda leiteira nos EUA

Animais que aparecem congelando até a morte na filmagem têm entre um e 150 dias de idade (Foto: Animal Equality/Divulgação)

A organização Animal Equality, que atua em defesa dos animais, publicou ontem em seu canal no YouTube um vídeo que denuncia a negligência e os maus-tratos vividos por bezerros em uma grande fazenda leiteira nos Estados Unidos.

A filmagem mostra a dura realidade de 11 mil bezerros mantidos em pequenos espaços no Summit Calf Ranch, de propriedade da Tuls Dairies, no estado do Nebraska. Os animais que aparecem congelando até a morte têm entre um e 150 dias de idade.

Para registrar essa realidade, a Animal Equality enviou um investigador que trabalhou na fazenda alimentando bezerros. “Os cascos estão quase completamente cortados, e você pode ver o osso. [O bezerro] fica principalmente no chão, mas tenta ficar de pé mais uma ou duas vezes, o que faz com que as feridas sangrem”, relata o investigador anônimo.

Na propriedade, além de bezerros morrendo de frio, animais são vítimas de agressões com objetos e ferro quente. Outros aparecem doentes no vídeo, assim como algumas vacas já mortas, que não receberam os devidos cuidados veterinários. Há também bezerros mordidos por cães – possivelmente treinados para contê-los.

“Nossa investigação [realizada em julho] sobre o Summit Calf Ranch revela uma chocante falta de cuidados prestados aos bezerros”, criticou o diretor de investigações da Animal Equality, Sean Thomas.

E acrescentou: “Nós documentamos recém-nascidos já doentes e cercados por seus companheiros de gaiolas já mortos em uma área chamada de ‘hospital’, onde eles foram deixados para sofrer por dias até morrerem.”

Em sua defesa, o proprietário da Tuls Dairies, Todd Tuls, disse que a empresa tem um forte compromisso de cuidados aos animais.

“Desde o inverno passado, os fazendeiros têm enfrentado algumas das condições climáticas mais desafiadoras em décadas. As temperaturas frias extremas e prolongadas apresentam demandas sem precedentes em operações normais. Apesar dessas circunstâncias difíceis, nossos trabalhadores estão lidando com os animais de forma que indica que eles estão atentos às suas necessidades e seguindo as diretrizes adequadas.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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