Na semana passada, o fundador da Microsoft, Bill Gates, participou de uma interação com o público por meio do “Pergunte-me qualquer coisa”, do Reddit.
Um dos participantes pediu que Bill Gates opinasse sobre as dietas à base de vegetais como meio de reduzir o impacto climático.
Ele respondeu que isso é ótimo, mas que ele não vê a maioria fazendo essa mudança, embora isso não signifique descartar que no futuro as carnes vegetais não terão um papel importante no sistema alimentar.
“Há empresas produzindo ‘carne’ de novas maneiras”, comentou Gates, que tem investido tanto em carnes vegetais quanto cultivadas.
“Apoiei algumas iniciativas inovadoras, incluindo a Beyond [Meat], Impossible e Memphis [atualmente Upside Foods]. Acho que, eventualmente, esses produtos serão muito bons, embora suas participações hoje sejam pequenas.”
Da Suécia, o interlocutor de Bill Gates, identificado apenas como Etuu, comentou que um problema hoje é que os governos oferecem muitos subsídios para a produção de proteína animal, o que não ajuda a promover uma mudança mais significativa no sistema alimentar. O fundador da Microsoft não comentou sobre isso.
Vale lembrar que Bill Gates não segue uma dieta à base de vegetais, embora tenha investido em proteínas alternativas e discutido nos últimos anos sobre o impacto das mudanças climáticas.
Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, ele obteve grande repercussão com um artigo em que defende que a mudança climática é muito pior que a pandemia de covid-19.
“Nos próximos 40 anos, projeta-se que aumentos nas temperaturas globais aumentem as taxas globais de mortalidade na mesma proporção – 14 mortes por 100 mil. Até o final do século, se o crescimento das emissões continuar alto, as mudanças climáticas podem ser responsáveis por 73 mortes extras por 100 mil pessoas”, alerta o fundador da Microsoft no artigo “COVID-19 is awful. Climate change could be worse”, publicado no seu site GatesNotes.
“Em um cenário de emissões mais baixas, a taxa de mortalidade cai para 10 por 100 mil. Em outras palavras, em 2060, a mudança climática pode ser tão mortal quanto a covid-19, e em 2100 pode ser cinco vezes mais mortal.”
