Bloomberg publica que agrotóxicos mataram 500 milhões de abelhas no Brasil em 90 dias

Do total de agrotóxicos liberados no Brasil até hoje, 193 contam em sua composição com substâncias proibidas na UE

Na semana passada, a Bloomberg publicou uma matéria destacando que os agrotóxicos mataram 500 milhões de abelhas no Brasil em 90 dias. Segundo a agência de notícias, “quando tantas abelhas caem mortas, não há como ignorar que essa é uma grande mensagem para os seres humanos.”

A publicação, que cita dados do Greenpeace, atribui a morte de milhões de abelhas “ao aumento do uso de agrotóxicos no Brasil”. A Blomberg destaca que desde janeiro de 2019 o país já aprovou o uso de 300 novos agrotóxicos, incluindo o fipronil (proibido pela União Europeia e potencialmente cancerígeno).

Do total de agrotóxicos liberados no Brasil até hoje, 193 contam em sua composição com substâncias proibidas na UE. “Quase metade de todos os produtos aprovados desde a posse de Bolsonaro contém ingredientes ativos apresentados na lista de pesticidas altamente perigosos da Pesticide Action Network (PAN), indicando que representam risco para a saúde humana ou para o meio ambiente”, afirma o Greenpeace.

No último dia 7, o deputado Sérgio Jesus (PDT-AC), enviou um requerimento ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pedindo esclarecimentos sobre a libertação de agrotóxicos que contêm substâncias que exterminam abelhas.

“No primeiro trimestre deste ano de 2019, o sulfoxaflor, aprovado para comercialização no Brasil, causou a morte de 500 milhões de abelhas em quatro estados brasileiros quando estava em fase de testes. O sulfoxaflor está presente em seis dos sete agrotóxicos novos aprovados para registro pelo Mapa em julho”, criticou o deputado.

E acrescentou: “Os números mostram que o Ministério da Agricultura vem aprovando registros de agrotóxicos num ritmo acelerado este ano, maior que em muitos anos anteriores [foram 290 registros em 2019]. Vidas humanas, de animais e insetos importantes para o equilíbrio do meio ambiente e até da produção agrícola, é o preço que o Brasil está pagando para aumentar o lucro dos grandes produtores rurais.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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