Chester: um morto desconhecido na ceia de Natal

Há poucas imagens disponíveis do que seja um Chester vivo (Fotos: Reprodução)

Uma das grandes apostas da Perdigão para o Natal, o Chester é comercializado no Brasil desde 1982. Mas será que os consumidores conhecem a realidade por trás desse “produto”?

Sobre o Chester, que é um frango geneticamente modificado, que teria sido criado a partir de uma ave escocesa, a Perdigão diz: “Chester é um animal, mas não é uma espécie diferente de ave, como o peru ou o avestruz, por exemplo. É a mesma espécie que o frango convencional.”

No entanto, há uma diferença substancial entre o “frango comum” e o Chester, já que o primeiro pesa de 1,8 a 2,5 quilos enquanto o Chester tem pelo menos quatro quilos.

Hormônios? Segundo a Perdigão, não faz sentido a aplicação de hormônios sintéticos no Chester porque as aves são abatidas antes do tempo necessário para que as substâncias comecem a fazer efeito.

Por outro lado, o animal chega a quatro quilos em 50 dias. Imagine como deve ser se locomover tendo as articulações de um frango, mas com o dobro do peso. Me parece doloroso. E quanto a morrer com menos de dois meses de idade? Cruel…

Em contato com a Perdigão, quando são solicitadas fotos reais do Chester ainda vivo, a empresa diz o seguinte: “Não dispomos de imagens desta ave em granja e/ou linha de produção.”

No Brasil, a Perdigão cria em sigilo uma ave reduzida a alimento e que a maioria não sabe exatamente o que é ou como é. Surpreende reconhecer que o Chester, um animal que não tem sua imagem real amplamente divulgada, a não ser depois de morto, é consumido no Brasil há 37 anos.

Até hoje não há muitas informações sobre o sistema de produção da ave. E as poucas às quais temos acesso são controversas. E o que amplifica a estranheza é que milhões são consumidos nesta época do ano sem que o consumidor faça qualquer questionamento ou conexão.

Pergunte a quem costuma comprar Chester nesta época do ano se já viu a ave em algum aviário ou se seria pelo menos capaz de descrevê-la. Pouco provável, já que o Chester vivo tem venda proibida pela Perdigão, que detém o total controle de produção do “superfrango”.

Enfim, mais um animal reduzido a produto, que não existe na natureza, e com uma história de produção mais desconhecida do que das outras espécies mortas aos milhões e bilhões – e também sem qualquer remorso.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

22 respostas

  1. Nossa, eu nunca tinha parado pra pensar nisso, fico impressionada como somos enrolados, enganados, através das propagandas…
    Porque será que eles mantém isso escondido?
    Vamos pesquisar mais, pois muitas verdades estão vindo a tona de uns tempos pra cá.

    1. Não existe Chester
      E um frango mais velho em torno de 50 dias
      Va em alguma agropecuária é compre um potinho de ração a ele dia é noite é em 50 dias você tera um Chester ok

  2. O Chester e sô um frango normal onde fica por mais tempo num aviário confiando tudo fica perto do frango e a temperatura não passa dos 25 graus …A diferença e a quantidade d hormônios ….fora isso não tem nada haver ….ate por q um frango normal produzido por qualquer outra empresa ele leva trinta dias pra ter um quilo e é abatido nesses trinta dias ..

  3. O Chester nada mais é do que um frango comum, porém mais velho,por isso desse peso de 4 quilos.
    Um frango é abatido em torno dos 45 dias, já o Chester fica com a idade em torno dos 60 dias.
    Eu sou criador de frango,e já produzi Chester.

  4. Propagar histórias fantasiosas tira o crédito da causa por trás de tudo. Nem precisa fazer força pra achar imagens do frangão vivo.

    O Chester é fruto de cruzamentos para melhoria da espécie de acordo com os desejos do ser humano (bons ou ruins). Fazemos isso tem mais de 10 mil anos. O melhor exemplo é o milho.

    Não vamos ver Chester em aviários (os poucos que ainda restam) porque é um animal produzido em larga escala e com controle de uma única empresa. Nem faria sentido encontrarmos.

    O consumo de Chester segue a mesma lógica de um frango comum no grande mercado. Combater desta forma é a única forma de conscientizar as pessoas. Quando essas bobagens caem, levam consigo a luta pela dignidade animal.

  5. Parabéns pela reportagem!
    Realmente assunto intrigante e totalmente desconhecido por nós…
    Me deixou curioso em saber a veracidade nesta relação comercial tão explorada no Natal.

  6. Eu ja trabalhei em granja e era chesther os frangos e eles comem mto mas mto hormônio no final do lote que sai em média com 50 dias eles estão arrastando os peitos no chão e se vc fazer o mínimo de barulho o animal simplismente tem um ataque cardiaco…

  7. Já ouvi diversas pessoas que trabalham na produção de alimentos e não tem coragem de consumir porque conhecem o processo. Seria bom se pudéssemos ser bem originais e produzir o nosso alimento. Como isso não está ao nosso alcance vamos sobrevivendo às polêmicas.

  8. O Chester nada mais é que um frango que fica mais dias no aviário em torno de 50 dias .
    A media de abate de um frango e de 45 dias chegando a 3,200kg alcança esse peso comendo dia e noite em temperatura controlada e sem se locomover muito perfeitamente normal

  9. Estranha reportagem.
    “Alguém conhece o Chester?”
    É um frango normal.
    “Ninguém nunca viu um Chester”
    Porra, vocês nunca viram um frango?

  10. Pena do brócolis? Não, só sentimos pena de animais com sistema nervoso. Faz sentido? Absolutamente nenhum, aliás, você está matando milhões de microorganismos agora mesmo.

  11. É só não comer, deixa pra mim e todos os outros humanos, pessoal reclamando de comida, enquanto em vários locais do mundo e do Brasil pessoas só queriam pelo menos comer um café da manhã.

  12. Chester, ou peitudo… não interessa.
    O que interessa é o tema postado aqui…
    …crio aves desde 1987. Já criei aves de tudo enquanto é espécie. Já modifiquei geneticamente centenas de aves nessas 3 décadas.; Rhodias com índios,
    Peduro com pescoço pelado,
    Embrapa 51 com Brahma, Islandês com pescoço pelado, Garnisé com patacas ou faraonas, e saiam cada espécie mais lindas e exuberante que a outra.
    Para o abate e consumo eu cevava as mais robustas em locais reservado,bem cobertos e arejado em luz constante onde os animais se alimentavam dia e noite com ração natural caseira sem agentes artificiais e as aves chegavam a um porte de abate em 6 semanas,max 9 semanas para alcançar os 5/7 kg e sem gordurebas, eram praticamente carne maciça principalmente nos peitorais(chester)
    Resumo: não ha segredos para criar uma ave chester. Ou um Perdigão. Começa a misturar suas aves e depois separam a melhor prole para dar continuidade na criação. Faça como a Perdigão: dê um nome a sua ave de sucesso
    …as minhas são chamadas de “Dinos”

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