Cine Animal-Estar debate exploração de corpos bovinos

“Cow” será um dos filmes discutidos durante o ciclo temático (Foto: Cow/Divulgação)

Começa no dia 27, das 18h às 20h, o 1º Ciclo Temático do Cine Animal-Estar: Onde vivem as vacas: olhar e sentir corpos bovinos colonizados, uma iniciativa do Grupo de Pesquisa sobre Ética e Direitos dos Animais do Diversitas-USP.

Com continuidade nos dias 25 de maio e 29 de junho, o evento que exige inscrição debate alguns filmes e textos que já estão disponíveis por meio de link no site do Diversitas. Além disso, as gravações dos debates serão disponibilizadas e haverá emissão de certificados.

No dia 27, o ciclo terá participação da professora e ativista Suane Felippe Soares e discussão on-line do documentário “Sob a pata do boi”, de Marcio Isensee e Sá; do curta “Next Floor”, de Denis Villeneuve; e do artigo “Os Bois de Carne e Osso, as Vacas Sintéticas e o Pixo Urbano: quando a estética de rua afronta a ética da obra de arte na cidade de Belém (PA)”, de Flávio Leonel Silveira e Petronio Lima Filho.

“’Em sob a pata do boi’, observamos a criação bovina no Brasil, os discursos e práticas que justificam a expansão da pecuária e como o espaço é dominado essencialmente por homens e uma prática capitalista de exploração e controle do imaginário e da dieta alimentar de brasileiros. No curta ‘Next Floor’, voltamos o olhar a um tipo de consumo em sua forma mais crua, em que tudo o que não é humano é consumido de maneira hedonista e violenta. A crítica é ampliada pelo artigo de Flávio Leonel Silveira e Petronio Lima Filho”, frisa o grupo do Diversitas-USP sobre os trabalhos que serão discutidos no evento que tem coordenação e mediação de Tainara Murari de Carvalho e Vivian Catarina Dias.

No dia 25 de maio, a convidada é a professora Maria Alice da Silva que participa da discussão envolvendo o documentário “Cow”, de Andrea Arnold, e do artigo “Dominação e sofrimento: um olhar ecofeminista animalista a partir da vulnerabilidade”, de Daniela Rosendo e Ilze Zirbel.

“Em ‘Cow’, acompanhamos a vida, a rotina e o corpo de Luma, uma vaca leiteira pertencente a um criadouro do Reino Unido, e a forma como seus afetos e sensibilidades são apagados em prol da indústria de exploração de leite. O artigo de Daniela Rosendo e Ilze Zirbel leva-nos a refletir como a vida de humanos e não humanos se entrelaça no processo acintoso de exploração capitalista/colonialista de corpos considerados descartáveis.”

No dia 29 de junho, o debate será sobre o filme “First Cow – A primeira vaca da América”, de Kelly Reichardt e sobre o artigo “Discriminações Interespecíficas e intraespecíficas: por que a comparação precisa ser feita”, de Luciano Cunha; além do ensaio “De malditas a desejadas: vacas nas terras de Makunaima”, de Jaider Esbell, cujas telas podem ser vistas na exposição virtual Moquém Surarî no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

“Com ‘First Cow’, rememoramos as discussões do primeiro e segundo encontros e refletimos acerca de outros lastros da herança colonial nas relações entre humanos, não humanos e natureza. São temas profundamente explorados no artigo de Luciano Cunha e que nos remete à crítica colonialista do ensaio de Jaider Esbell, proposta em que artistas indígenas ilustraram a experiência da imposição colonialista das vacas em terras indígenas e o encontro entre ambos.”

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Clique aqui para ter acesso aos filmes e textos que serão debatidos.

 

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Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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