De acordo com a organização Humane Society International, o comércio de carne de cachorro finalmente chegou ao fim em Seul, capital da Coreia do Sul, como resultado de uma campanha encampada por organizações em defesa dos animais em parceria com o prefeito Park Won-soon.
A gerente de campanhas contra o comércio de carne de cachorro da Humane Society International (HSI) na Coreia do Sul, Nara Kim, disse que ficou muito feliz em ver os últimos estabelecimentos de carne de cachorro saindo desse mercado e concordando em migrar para outra atividade. “Isso me dá esperança de que o futuro da Coreia do Sul será livre de carne de cachorro”, declarou.
Em fevereiro, logo após a exibição do filme de animação “Underdog”, de Lee Chun-baek e Oh Sung-yoon, que mostra a vida de de cães abandonados que descobrem o significado da liberdade, o prefeito assumiu o compromisso de transformar Seul em uma cidade livre do abate de cães e do comércio desse tipo de carne.
“No passado, tínhamos vários açougues de carne de cachorro em Cheongnyangni [região norte de Seul], mas fechei quase todos por meio de várias medidas”, disse o prefeito, acrescentando à época que dois matadouros de cães ainda permaneciam na cidade.
Cães que seriam vendidos como carne têm final feliz
Também foi em fevereiro deste ano que 200 cães que seriam vendidos como carne na Coreia do Sul chegaram ao Canadá e aos Estados Unidos. A iniciativa de resgate foi da HSI.
Dos 200 cães, 60 chegaram em Chicago, onde os voluntários se emocionaram quando tiveram o primeiro contato com os animais que enfrentaram 12 horas de voo de Seul a Toronto e mais 10 horas de transporte terrestre.
“Estou quase chorando”, disse Janie Jenkins ao Pioneer Press enquanto assistia a chegada dos cães. Ela coordena um grupo de resgate de animais e agora é responsável pela tutela de Toki, de um ano de idade. Além de Chicago, os cães foram encaminhados para abrigos em Illinois, Indiana, Iowa, Michigan, Minnesota e Wisconsin.
Matadouro vira parque para cães resgatados
Em novembro do ano passado, o governo da Coreia do Sul fechou o maior matadouro de cães do país, em Seongnam, na província de Gyeonggi-do. A decisão veio após pressão de organizações em defesa dos direitos animais como a HSI, Korea Animal Rights Advocates, Korean Animal Welfare Association e algumas celebridades. O matadouro foi demolido para dar lugar a um parque para cães resgatados.
Prefeito de Seul assina pacto de redução do consumo de carne
Em outubro deste ano, o prefeito Park Won-soon foi um dos signatários de um pacto de redução do consumo de carne. O compromisso foi assumido durante encontro do Grupo C40 de Grandes Cidades para a Liderança Climática em Copenhagen, na Dinamarca. A iniciativa foi elogiada pelo cientista Reyes Tirado, do Greenpeace.
“Pedimos que outras cidades façam o mesmo. Para enfrentar a crise climática, reduzir as emissões de carbono e proteger as florestas, as cidades precisam tomar medidas para reduzir o consumo de carne agora.”
Os 14 prefeitos que assinaram o pacto declararam que pretendem investir mais em alimentos à base de plantas e menos em alimentos de origem animal. Park Won-soon e outros prefeitos se comprometeram em adotar recomendações científicas para uma dieta saudável e sustentável que reduza as emissões de gases de efeito estufa.
Seul ganha mercado vegano
Em agosto de 2018, Seul ganhou um mercado vegano, o que significa que há uma boa demanda de alimentos e outros produtos vegetarianos e veganos na capital da Coreia do Sul. Segundo informações do “Vegan Space”, que tem uma conta no Instagram, o mercado comercializa não apenas produtos alimentícios, mas também de higiene e limpeza. Além disso, o “Vegan Space” oferece aos clientes sacolas ecologicamente corretas. Embora a Coréia do Sul não seja citada como um dos melhores países para veganos, o aplicativo HappyCow mostra que há 276 locais no país com opções para vegetarianos e veganos.
