Como me tornei vegana ou vegetariana? – Parte XIII

Cássia Bruna, Cibele Corrêa Gonçalves e Riane Campos (Fotos: Arquivo Pessoal)

Na série “Como me tornei vegana ou vegetariana?”, o VEGAZETA traz depoimentos de pessoas de várias regiões do Brasil, e também de fora do país, que se tornaram veganas, vegetarianas ou que abdicaram do consumo de carnes. O que será que motivou essa mudança? Uma experiência, uma história, um documentário, um filme, um artigo, um livro? Há muitas formas de alguém repensar o consumo de animais. Hoje, compartilhamos um pouquinho da história de transição de Cássia Bruna, Cibele Corrêa Gonçalves e Riane Campos.

Cássia Bruna, de Bezerros (PE):

“Fui criada em sítio, rodeada de exploração. Na infância, vi galinha sendo degolada e jogada em água fervente, porco sendo abatido com pauladas na cabeça. Enfim, vi animais sofrendo e sendo mortos. Parte daquela realidade me chocava, mas outra parte havia sido banalizada. Tive galo de estimação abatido e um pato que me obrigaram a vender. Pensei que não tivesse como fugir disso, que fosse só uma sensibilidade minha. Assim fui deixando passar, até me dar conta que o vegetarianismo existia, mas acreditei que fosse algo impraticável, até que aos 14 anos assisti ao filme ‘A Última Música’, em que a protagonista Miley Cyrus interpretou uma personagem vegetariana (e é vegana na vida real). Isso me inspirou e deu início a minha saga. Passei quase um ano sem carne vermelha e voltei a consumir por falta de engajamento, mas aos 17 anos decidi parar com toda a carne e dessa vez motivada pela espiritualidade (não queria me contaminar com a energia negativa da carne). Felizmente me engajei e passei a ler, assistir e a pesquisar sobre. Então descobri o veganismo e entendi que seria meu próximo passo. Aos 19 anos, me tornei vegana e hoje luto pela abolição animal.”

Cibele Corrêa Gonçalves, de São Vicente (SP):

“Minha vó morava conosco na cidade de São Paulo, mas ela foi criada na roça. Não gostava de comer frango congelado porque estava acostumada a comer galinha caipira recém-abatida. Meu vô ia até a avícola, comprava a galinha viva e chegava em casa com a bichinha de pernas amarradas embrulhada no jornal. Eu via a minha vó matando no quintal de casa. Eu era criança, mas não queria comer carne nenhuma porque sabia que todos os bichos eram abatidos, não só a galinha. Mas os adultos me obrigavam a comer, eu até apanhava se não comesse. Aos 14 anos, decidi que ninguém mais me obrigaria e parei de comer de carne. Aos 22 anos, comecei a praticar Yoga e seguimos o princípio da não violência também. Super me identifiquei. Mas até então, eu era ovolactovegetariana. Há quatro anos, comecei a namorar um vegano e acabei me tornando vegana também.”

Riane Campos, de Juiz de Fora (MG):

“Eu era super contra vegetarianos e veganos. Usava as maiores falácias pra defender meu ‘direito’ de comer carne. Até que em 2013 comecei a me aproximar da proteção animal (cão e gato) da minha cidade e me questionei sobre a diferença de tratamento entre animais de estimação e de abate. Ao publicar um post fazendo um certo questionamento sobre vegetarianismo, um amigo colocou nos comentários o link do documentário ‘A Carne é Fraca’. Assisti e a partir dali nunca mais comi carne. Dois dias depois, assisti ‘Terráqueos’ e tudo se consolidou ainda mais. Ao longo do ano seguinte, fui reduzindo aos poucos os demais ingredientes de origem animal, trocando as marcas pelas que não testam, etc. Até que no dia em que fiz um ano de ovolacto cortei tudo que faltava e virei vegana de vez. O vegetarianismo/veganismo foi o pontapé inicial para minha saída da Matrix, não só no sentido da libertação animal, mas sobre política, feminismo, espiritualidade. Sou outra pessoa. Sem carne há cinco anos e vegana há quatro anos.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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