Consumo de leite não reduz nem evita fratura óssea e osteoporose

Um estudo publicado pelo British Medical Journal mostrou que pessoas que consumiram grandes quantidades de cálcio a partir do leite não tiveram redução em fraturas ósseas nem evitaram osteoporose. Na verdade, aqueles que consumiram altas quantidades de cálcio (mais de 1,1 mil miligramas por dia) apresentaram os maiores índices de fraturas de quadril e osteoporose, em comparação a quem consumiu bem menos cálcio.

A pesquisa intitulada “Milk intake and risk of mortality and fractures in women and men: cohort studies”, foi realizada com mais de 61 mil mulheres e mais de 45 mil homens suecos ao longo de mais de 20 anos. A conclusão foi a de que não há nenhum benefício em consumir mais do que 700 miligramas de cálcio por dia para a saúde óssea. Também é importante ponderar que as populações do Norte da Europa são consideradas as que melhor se adaptaram ao consumo de laticínios no decorrer da história da humanidade.

Porém, o que reforça a defesa de que o leite não é um alimento realmente benéfico nem mesmo para a saúde dessas populações, que aparentemente têm menos dificuldade em digeri-lo, é o fato de que, no decorrer da pesquisa, mais de 17 mil mulheres suecas e mais de 5 mil homens que consumiam leite diariamente tiveram graves problemas de fraturas ósseas. Além disso, das pessoas que participaram da pesquisa, mais de 15 mil mulheres e mais de 10 mil homens já falecidos tiveram suas mortes associadas ao consumo de laticínios.

A defesa de que o alto consumo de leite não ajuda a prevenir fraturas também é defendida no periódico JAMA Pediatrics pelo pesquisador Walter Willett e seus colegas da Universidade Harvard. Eles relataram que fizeram uma pesquisa com 96 mil homens e mulheres ao longo de décadas. Intitulado “Milk consumption during teenage years and risk of hip fractures in older adults”, o estudo concluiu que o alto consumo de leite na adolescência não ajuda a prevenir fraturas quando as pessoas ficam mais velhas. “O alto consumo de lácteos também tem sido associado a um aumento do risco de câncer no final da vida, incluindo câncer de mama e câncer colorretal”, destacou.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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