Converge: “Uma dieta vegetariana é a resposta lógica ao mundo em que vivo”

“Esses são os dilemas morais e éticos que me levam à dieta de hoje” (Fotos: (Converge/Vanyland/Tras Los Muros/Aitor Garmendia)

Expoente do metalcore e do mathcore, a banda estadunidense Converge foi formada em 1990 pelo vocalista Jacob Bannon e pelo guitarrista Kurt Ballou, que entre os anos de 1994 e 2017 lançaram nove álbuns. Bannon é vegetariano e Ballou é vegano e, coincidência ou não, o metalcore, influenciado por eles, é um dos estilos musicais em que mais cresce a quantidade de músicos vegetarianos e veganos.

Em entrevista à Hilary Pollack e publicada pela Veg News em 6 de junho de 2013, Bannon contou que a adoção do vegetarianismo por questões morais ocorreu de forma natural e a influência veio principalmente do punk rock. “Me eduquei sobre esse assunto e me obriguei a ler mais a respeito. Ao longo dos anos, descobri que uma dieta vegetariana funciona para mim, embora eu ainda esteja explorando as implicações morais e éticas disso”, disse.

O vocalista do Converge tornou-se vegetariano aos 13 anos, e relatou que não teve nenhum problema na transição nem sentiu-se inseguro sobre isso. “Me senti confortável o suficiente para tomar a decisão de parar [de consumir animais], e apenas fiz isso”, relatou em entrevista à organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), publicada em 9 de abril de 2005.

Para Jacob Bannon, não é difícil considerar o mundo um lugar muito estranho se refletirmos sobre o fato de que a tecnologia deu origem a populações “avançadas” que constroem fazendas industriais e outros mecanismos não naturais de “coleta” e consumo de alimentos. “Esses são os dilemas morais e éticos que me levam à dieta de hoje. Uma dieta vegetariana é a resposta lógica ao mundo em que vivo”, declarou.

“Educação é a chave”

O vocalista, que considera a corrida de galgos umas das formas mais abusivas de exploração animal, defendeu em entrevista à PETA que o melhor jeito de fazer com que as pessoas reflitam sobre a exploração animal é por meio de um trabalho educacional. “Educação é a chave. Sempre foi e sempre será. Há tanta informação lá fora. […] Alguém só precisa encontrar o ponto de partida para movê-los e guiá-los por um caminho que faça a diferença”, ponderou.

Questionado pela Veg News se há uma ligação entre vegetarianismo, veganismo e o movimento punk rock, Bannon explicou que nesse cenário há um elemento de consciência social e ética. “O movimento dos direitos animais é algo que se encaixa bem nesse cenário”, avaliou e acrescentou que há muitas pessoas envolvidas com o punk rock que estão sempre abertas a outras formas de pensar.

“Há questões lá fora que as pessoas devem conhecer”

Jacob Bannon admitiu que quando era mais jovem muitas vezes se envolveu em discussões e confrontos sobre vegetarianismo e veganismo, mas chegou a um ponto em que optou por seguir outro caminho. À PETA, ele argumentou que a comunidade do punk rock é como um fórum aberto, onde ativismo e conscientização sempre fizeram parte das conversas envolvendo músicos e público. “É uma das coisas mais bonitas que essa comunidade tem a oferecer”, frisou.

“Neste momento da minha vida, não sinto necessidade de discutir sobre isso o tempo todo porque estou realmente confortável com minha decisão. É somente uma parte de mim agora. Nunca vou forçar ninguém a nada, mas se houver uma curiosidade em relação ao que acredito e pratico, vou deixar alguém saber que há questões lá fora que as pessoas devem conhecer”, revelou.

Indagado sobre o que podemos fazer para melhorar a vida dos animais, ele sugeriu: “Se importe, mostre compaixão, tenha coração.”

Saiba Mais

Jacob Bannon nasceu em 15 de outubro de 1976 em Boston, Massachusetts.

Kurt Ballou é vegano e os demais integrantes são vegetarianos.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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