Coronavírus favorece mercado de “carnes vegetais”

Impossible Foods expande em 500% a circulação de seus produtos nos EUA e já mira o mercado global (Foto: Divulgação)

Embora o coronavírus tenha desencadeado um cenário global preocupante para a economia, empresas que produzem “carnes vegetais” têm visto neste mau momento uma oportunidade para atrair novos consumidores, principalmente com a crescente associação entre o surgimento de doenças zoonóticas com o uso e consumo de animais.

Um exemplo é a Impossible Foods, dos EUA, que na semana passada expandiu em 500% a circulação de seus produtos no país, em supermercados que até então não ofereciam seus produtos vegetais que imitam carne – um incremento de 777 pontos de venda. A informação foi dada pelo CEO Patrick O. Brown em uma live no Facebook.

Criando versões de todas as carnes mais consumidas

A medida faz parte de um compromisso assumido pela Impossible Foods de criar alternativas à base de vegetais para todos os tipos de carnes mais consumidas que estão no mercado global hoje.

Patrick O. Brown defende que ao oferecer produtos com sabor, textura e preço que conquistem o consumidor, não haverá mais motivos para as pessoas continuarem se alimentando de animais – nem mesmo aquelas que não se imaginam abdicando desse consumo – e esta é a meta até 2035.

“Nossa missão é substituir até 2035 a tecnologia mais destrutiva do mundo – o uso de animais na produção de alimentos. Para fazer isso, precisamos dobrar a produção a cada ano”, diz Brown e acrescenta que é preciso também investir cada vez mais em pesquisa e inovação.

Crescimento de quase 280% em vendas de alternativas à carne

Uma pesquisa concluída pela Nielsen e divulgada pela Rádio Pública Nacional (NPR em inglês) dos Estados Unidos, como parte da série “Crise do Coronavírus”, revelou no mês passado que a covid-19 está estimulando o consumo de alternativas à carne.

Atualmente, enquanto alguns setores enfrentam uma grave crise em decorrência da pandemia, as vendas de alimentos à base de proteínas de origem vegetal tiveram crescimento de quase 280% em março em comparação com o mesmo período de 2019.

Por outro lado, vale lembrar que nos EUA, assim como no Brasil, alguns frigoríficos estão reduzindo suas atividades ou fechando temporariamente por fatores que incluem queda na demanda por carne durante a pandemia e crescente número de funcionários diagnosticados com a covid-19.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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