Deputado quer anular liberação de novos agrotóxicos

Desde janeiro de 2019 até a presente data, mais de 200 tipos de agrotóxicos foram liberados no Brasil (Foto: Shutterstock)

Ontem (27), o deputado federal Célio Studart encaminhou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL 493/2020) que pede a anulação da liberação de novos agrotóxicos.

Os produtos foram registrados e ganharam autorização de uso conforme ato nº 65 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária publicado ontem (27) no Diário Oficial da União.

Dos 42 produtos liberados, o Ibama classificou 8 como classe III, perigosos ao meio ambiente; 19 como classe II, muito perigosos ao meio ambiente; e 1 como classe I, altamente perigoso ao meio ambiente. Essa avaliação leva em consideração os impactos desses produtos em contato com solo, ar e água, bem como sua persistência no meio ambiente e danos à fauna e à flora.

“Tal política representa um incentivo ao uso indiscriminado de agrotóxicos que causam grande impacto ambiental e, consequentemente, à saúde de toda a população brasileira”, critica Studart.

E acrescenta: “Desde janeiro de 2019 até a presente data, mais de 200 tipos de agrotóxicos foram liberados no Brasil, indo na contramão do que o resto do mundo tem tentado implementar nas políticas de produção de alimentos.”

Custo social do uso de agrotóxicos

O deputado também aponta que a grande quantidade de agrotóxicos utilizados tem trazido uma série de prejuízos para o ambiente, “seja pela contaminação das comunidades de seres vivos que o compõem, seja pela sua acumulação nos segmentos bióticos e abióticos dos ecossistemas (biota, água, ar, solo, sedimentos etc.).”

Um estudo publicado na revista Saúde Pública revelou que para cada US$ 1 gasto com a compra de agrotóxicos no Paraná, são gastos U$$ 1,28 no SUS com tratamento de intoxicações agudas, que decorrem diretamente e imediatamente da aplicação do veneno.

“A literatura especializada aponta que o custo social com agrotóxicos nos EUA aproximou-se de 11,6 bilhões de dólares anuais. No Brasil, os números não devem ser diferentes, pois aqui são consumidos mais pesticidas e fazemos o uso de substâncias mais perigosas, que são proibidas por lá”, destaca Célio Studart.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *